Clubes indicam preferência no Brasileirão por técnicos jovens e estrangeiros

O Campeonato Brasileiro começa neste sábado sinalizando algumas tendências em relação à escolha dos clubes por seus treinadores. Diferente dos anos anteriores, em que nomes experientes marcaram presença na disputa, a edição 2021 indica preferência das instituições por profissionais da nova geração e estrangeiros.

Dos 20 treinadores que começam a disputar a competição da Séria A do Nacional a partir deste sábado, apenas dois têm mais de 50 anos: Guto Ferreira (com 55), do Ceará, e Cuca (de 57), do Atlético-MG. O técnico do time de Minas Gerais, inclusive, é o único a ter começado a carreira em equipes profissionais antes dos anos 2000.

Na outra ponta, aparecem jovens em busca do sucesso, e também de se manter empregados. Dado Cavalcanti (de 39 anos) substituiu o experiente Mano Menezes no Bahia. Maurício Barbieri (também de 39), comanda o Red Bull Bragantino, um time bem organizado e com dinheiro estrangeiro. Tiago Nunes (de 41) assumiu o Grêmio após não dar certo no Corinthians. Os primeiros resultados são satisfatórios, como a conquista do tetra do Rio Grande do Sul. Há ainda Umberto Louzer (de 41), à frente do Sport, e Marquinhos Santos (de 42), no comando do Juventude.

Também jovem, o auxiliar Eduardo Souza, de 41 anos, assumiu interinamente o Atlético Goianiense após a demissão de Jorginho. O time estreia no Brasileirão contra o Corinthians, em Itaquera. A Chapecoense, que dispensou Mozart na última quinta-feira, será comandada por Felipe Endres, de apenas 39 anos, também de forma provisória.

No início da semana, o Corinthians apresentou o técnico Sylvinho, ex-lateral do clube. Aos 47 anos, será apenas o segundo trabalho do treinador à frente de uma equipe profissional. No último ano, se despediu da comissão técnica da Seleção Brasileira para comandar o Lyon, da França. A experiência, porém, durou apenas 11 jogos.

“Trago do Lyon uma construção enorme na vida, e em outras funções, até mesmo aqui no clube como auxiliar. Trabalhei com Tite e Mano Menezes. Trago muita coisa, conteúdo, e isso me deixa satisfeito. Cada técnico tem uma característica. Absorvo o melhor de cada um. Sou o Sylvio. O jogo é de uma competitividade maravilhosa. É fascinante”, disse o profissional em sua apresentação no clube.

Ainda em alta, os treinadores estrangeiros desafiam o idioma e são vistos como profissionais de ideias novas e diferentes. Mas já começam a ser pressionados nos seus respectivos clubes. Eles vieram na esteira do bom trabalho de Jorge Jesus, no Flamengo, e Sampaoli, no Santos. Ambos já deixaram o Brasil.

Após fazer sucesso no Independiente del Valle, o espanhol Miguel Ángel Ramírez despertou interesse do Inter para substituir o experiente Abel Braga. Com apenas 36 anos, Ramírez é o mais jovem dos 20 profissionais que começam o campeonato neste sábado – a média de idade é de 44 anos.

“Nosso objetivo é construir um novo modelo de jogo. Propositivo, que utilize os jovens da base do Inter e a ciência de dados. Miguel tem um perfil inovador e usa ferramentas específicas no trabalho”, disse o presidente Alessandro Barcellos, na coletiva de apresentação do espanhol no Inter.

Também do Velho Continente, o Brasileirão sustenta os portugueses António Oliveira, do Athletico-PR, e Abel Ferreira, que sucedeu Vanderlei Luxemburgo no comando do Palmeiras. Eles têm 38 e 42 anos, respectivamente. Completam a lista os argentinos Juan Pablo Vojvoda, do Fortaleza, e Hernán Crespo, que assumiu o São Paulo no início da temporada. Na última semana, o Tricolor conquistou o Campeonato Paulista e saiu da fila após nove anos. Crespo e o São Paulo talvez tenham a melhor harmonia entre os estrangeiros.

Confira os treinadores do Brasileirão:

América-MG: Lisca – 48 anos

Athletico-PR: António Oliveira – 38 anos

Atlético Goianiense: Eduardo Barroca – 39 anos

Atlético-MG: Cuca – 57 anos

Bahia: Dado Cavalcanti – 39 anos

Red Bull Bragantino: Maurício Barbieri – 39 anos

Ceará: Guto Ferreira – 55 anos

Chapecoense: Felipe Endres – 39 anos (interino)

Corinthians: Sylvinho – 47 anos

Cuiabá: Alberto Valentim – 46 anos

Flamengo: Rogério Ceni – 48 anos

Fluminense: Roger Machado – 46 anos

Fortaleza: Juan Pablo Vojvoda – 46 anos

Grêmio: Tiago Nunes – 41 anos

Internacional: Miguel Ángel Ramírez – 36 anos

Juventude: Marquinhos Santos – 42 anos

Palmeiras: Abel Ferreira – 42 anos

Santos: Fernando Diniz – 47 anos

São Paulo: Hernán Crespo – 45 anos

Sport: Umberto Louzer – 41 anos

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