EUA tentam manter o status de ‘Dream Team’ do basquete na Olimpíada

Pedidos de dispensas dos principais astros, como LeBron James e Stephen Curry, desfalques por causa da covid-19 e jogadores se apresentando para jogar na véspera da estreia. A seleção de basquete dos Estados Unidos viveu um pesadelo na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Agora tem chance de conquistar mais um ouro, manter sua hegemonia e até seguir utilizando o status de “Dream Team”, expressão que surgiu em Barcelona-1992, com o time que tinha Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird.

A final será nesta sexta-feira, às 23h30 (horário de Brasília), diante da França, na Saitama Super Arena. Os americanos vão atrás do 16.º ouro na história da Olimpíada, sendo o quarto consecutivo, em uma revanche contra os franceses. O time francês venceu os Estados Unidos logo na estreia em Tóquio (83 a 76) e ainda foi o responsável pela queda nas quartas de final do Mundial de 2019, na China.

“Todos esses caras se sacrificaram. Foi uma jornada difícil. Você percebe que eles querem estar aqui. Eu apenas acredito neles”, afirmou o técnico americano Gregg Popovich, que citou Khris Middleton como exemplo. “Sua mulher deu à luz e ele veio no dia seguinte e depois das finais da NBA. Os sacrifícios foram enormes.”

Khris Middleton, Jrue Holiday e Devin Booker se juntaram ao time americano às vésperas da estreia em Tóquio. Eles estiveram envolvidos nas finais da NBA entre Milwaukee Bucks e Phoenix Suns até 21 de julho. O primeiro jogo dos Estados Unidos nos Jogos aconteceu apenas quatro dias depois.

O revés logo no primeiro jogo na Olimpíada não foi o único nesta jornada pedregosa. Na preparação para Tóquio, os Estados Unidos foram surpreendidos por Nigéria e Austrália. O único triunfo foi diante da Argentina. Os americanos ainda fariam mais um amistoso, novamente contra os australianos, mas ele foi cancelado por causa da covid-19, outro problema que assolou o time.

Apesar dos inúmeros problemas e da derrota na estreia, os Estados Unidos conseguiram atingir um bom nível ao longo da competição em Tóquio. Venceram Irã e República Checa na primeira fase e depois passaram por Espanha (quartas) e Austrália (semifinal) para chegar à decisão do ouro.

Segundo Popovich, o crescimento aconteceu após o grupo entender o papel que cada um teria de desempenhar. Até aqueles que são astros em suas equipes na NBA, como Kevin Durant (Brooklyn Nets) e Damian Lillard (Portland Trail Blazers), teriam muitas vezes de passar em vez de arremessar.

“É uma grande transformação que não acho que todos realmente entendem. Eu realmente dou crédito ao grupo por ter esta inteligência e compreensão de que temos de jogar de forma diferente”, explicou

Os Estados Unidos terão pela frente uma equipe com seis dos 12 jogadores que atuam na NBA: Nicolas Batum, Evan Fournier, Rudy Gobert, Timothé Luwawu-Cabarrot, Frank Ntilikina e Vincent Poirier. Os franceses chegam invictos, com cinco vitórias.

A França quer se tornar apenas o quinto país campeão olímpico. Além dos americanos, donos de 15 ouros, apenas União Soviética (Munique-1972 e Seul-1988), Iugoslávia (Moscou-1980) e Argentina (2004) subiram na posição mais alta do pódio. Os franceses têm como melhor resultado o quarto lugar em Melbourne-1956.

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