Inédita prata de Rebeca Andrade renova história da ginástica artística do Brasil

A ginástica olímpica feminina do Brasil agora tem uma medalha em Jogos Olímpicos com Rebeca Andrade. Sua prata renova a modalidade, inspirada em uma única atleta, na romena Nadia Comaneci, dona do primeiro 10 em Jogos na edição de Montreal, em 1976. Rebeca Andrade bebeu dessa água. Todas elas se curvam à história de Nadia. A romena ganhou ao todo 9 medalhas, cinco delas de ouro e três de prata. Ela chegou à perfeição na barra assimétrica pela primeira vez em 1976, mas o fato se repetiu em mais sete oportunidades. Rebeca tem 22 anos e quase deixou a carreira após lesões e cirurgias.

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Apesar de todo o esforço da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e também do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o país nunca tinha ganhado medalhas na disputa feminina numa Olimpíada. Já esteve perto disso, mas sempre bateu na trave. Rebeca mudou essa história. Em Tóquio, o time não se classificou como equipe. Rebeca foi uma das atletas credenciadas por desempenho individual. Flávia Saraiva também. Saraiva teve uma lesão no pé e ainda se recupera para tentar suas provas.

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O trabalho de base no Brasil da ginástica melhorou consideravelmente a partir dos anos 1990. E vai ganhar fôlego com a prata de Rebeca. Em mundiais, as conquistas começaram a ocorrer nas apresentações individuais, e em pan-americanos têm melhorado em constância de finais e conquista de pódio. Entre as ginastas destacadas nessas competições estão Daniele Hypólito e Daiane dos Santos, ambas medalhistas mundiais e pan-americanas. Nenhuma olímpica.

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No caso dos competidores masculinos, o Brasil ainda tem mais histórias para contar em Jogos Olímpicos. Eles já conquistaram quatro medalhas na ginástica artística, todas em aparelhos individuais, com destaque para as medalhas de ouro e prata de Arthur Zanetti nas argolas, respectivamente nos Jogos de 2012 (Londres) e 2016 (Rio). Zanetti está em Tóquio para tentar sua terceira medalha e talvez encerrar seu ciclo.

Os atletas enfrentam os seguintes aparelhos nas competições olímpicas: barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto sobre o cavalo, argolas e solo. As mulheres disputam exercícios de solo, salto sobre cavalo, barras assimétricas e trave de equilíbrio. Foram essas que Rebeca teve de enfrentar em suas apresentações em Tóquio para ganhar a prata, sorrir e abraçar seu treinador.

A modalidade brasileira participa com representantes desde os Jogos da Antuérpia, em 1920, na Bélgica. A delegação geral do Brasil naquela edição era constituída por 22 atletas, todos homens, que conquistaram três medalhas: todas no tiro desportivo, sendo uma delas de ouro.

Nos Mundiais de Ginástica Artística, o Brasil costuma se dar bem. Por isso também tem o reconhecimento das atletas de outros países. Esse tipo de torneio é o segundo na lista de importância, ficando atrás somente dos Jogos Olímpicos.

Confira as medalhas do Brasil ao longo dos Mundiais:

MEDALHA DE OURO

Daiane dos Santos – solo – Anaheim (EUA)/2003

Diego Hypólito – solo – Melbourne (AUS)/2005

Diego Hypólito – solo – Stuttgart (ALE)/2007

Arthur Zanetti – argolas – Antuérpia (BEL)/2013

Arthur Nory – barra fixa – Stuttgart (ALE)/2019

MEDALHA DE PRATA

Daniele Hypólito – solo – Ghent (BEL)/2001

Diego Hypólito – solo – Aarhus (DIN)/2006

Arthur Zanetti – argolas – Tóquio (JAP)/2011

Arthur Zanetti – argolas – Nanning (CHN)/2014

Arthur Zanetti – argolas – Doha (CAT)/2018

MEDALHA DE BRONZE

Jade Barbosa – individual geral – Stuttgart (ALE)/2007

Jade Barbosa – salto – Roterdã (HOL)/2010

Diego Hypólito – solo – Tóquio (JAP)/2011

Diego Hypólito – solo – Nanning (CHN)/2014

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