Iraniano campeão do tiro esportivo é acusado de fazer parte de divisão terrorista

O atleta do tiro esportivo do Irã, Javad Foroughi, venceu a competição com pistola de ar de 10m nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Porém, esse não foi o fato mais relevante do dia. Algumas horas depois de sua conquista, o “Unidos por Navid”, grupo iraniano que briga por direitos humanos, acusou o medalhista de ouro de ser integrante de uma organização terrorista. Ele se tornou o primeiro medalhista olímpico da história do Irã na modalidade e é o mais velho da delegação, com 41 anos.

Um pedido para que o Comitê Olímpico Internacional (COI) abra um inquérito sobre seu passado foi feito. Eles também pedem que o órgão suspenda a medalha do esportista, assim como toda suas conquistas na carreira. Ele, que faz parte das forças armadas de seu país, é membro da Guarda Revolucionária Islâmica, vista pela CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) como grupo terrorista.

Segundo nota do COI, todos os atletas olímpicos “se adequam a regras internacionais que validam a participação em competições”. Apesar de muitos atletas serem integrantes das forças armadas, o ‘Unidos por Navid’ crê que essa não é uma boa justificativa para absolver seu compatriota. Caso não haja uma investigação imediata, o grupo afirmou que a Comissão de Ética do COI será “cúmplice da promoção do terrorismo e de crimes contra a humanidade”.

Masih Alinejad é a líder do grupo defensor dos direitos humanos, que conta com outros atletas. Ele foi criado no ano passado após a execução do lutador Navid Afkari, condenado pelo governo iraniano por assassinato de um segurança e formação de grupo rebelde. Para seus integrantes, o país já violou os direitos humanos e a Carta Olímpica em mais de uma oportunidade, por isso creem que o COI e a Fifa deveriam suspender a delegação iraniana de competições oficiais.

Durante esses Jogos, a nação asiática vem sofrendo pressão da entidade olímpica devido a casos em que atletas são proibidos de enfrentarem israelenses em competições. Quanto a punições, apenas a Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) deu uma sanção de quatro anos ao Irã em abril por uma situação igual ocorrida em 2019.

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