O governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior cumpriu agenda no Sudoeste nessa quinta-feira (9). Ele esteve em Pato Branco no início da tarde para inaugurar a primeira parte do Contorno Noroeste, importante alternativa logística para o escoamento da safra que liga a BR-158 à PR-493, retirando o tráfego pesado do perímetro urbano da cidade. O governador também anunciou recursos para obras de infraestrutura para Pato Branco.
Na oportunidade, a reportagem do Diário do Sudoeste questionou Ratinho sobre a crise hídrica que preocupa a curto prazo e também sobre a geração de energia limpa.
Crise hídrica
Pato Branco conta hoje com uma nova estrutura da unidade da Sanepar, capaz de atender a crescente demanda do município, porém o rio Pato Branco que abastece a população não será capaz de continuar fornecendo água para o consumo dos pato-branquenses a longo prazo.
Diante disso, Ratinho Junior foi questionado sobre quais as ações imediatas adotadas pelo Estado para amenizar o problema e daqui há dez anos Pato Branco não sofrer com a falta de água.
“Estamos sofrendo a maior calamidade hídrica do Paraná dos últimos 90 anos. Hoje essa calamidade hídrica já dura cerca de um ano e sete meses. É um momento muito duro, mas um momento atípico, que segundo os técnicos em meteorologia acontece de 50 em 50 anos. É um movimento da natureza que vem cobrado isso da sociedade”, explicou.
O governador contou que está sendo criado um projeto em parceria entre o governo do Estado, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a Sanepar que é um programa chamado Sinais da Natureza.
“Não só para fornecer a infraestrutura, mas fazer todo um trabalho de conscientização ambiental, cuidar das nascentes, preservar os nossos rios, investimento em mata ciliar – que é a proteção através das florestas que vão margeando os rios –, além do projeto Paraná mais Verde, que é o maior projeto de reflorestamento de árvores nativas da história do Paraná. Só nesses dois primeiros anos de governo, plantamos três milhões e meio de árvores no estado. Fazendo um comparativo, a França anunciou em cinco anos plantar um milhão de árvores. Em dois anos plantamos três milhões e meio e ganhamos prêmio com esse programa. Tudo isso para cuidar da nossa natureza, do meio ambiente, e, automaticamente, ajudar a preservar a parte hídrica, que são as microbacias, as nossas bacias hidrográficas e nascentes, para que daqui há 50 anos não ter novamente esse problema”.
Energia limpa
Ainda dentro do tema crise hídrica, a Copel anunciou recentemente o uso do volume morto para a produção de energia a pedido da Anatel. A reportagem questionou o governador sobre qual a movimentação do Estado sobre essa questão, já que inclusive criou algumas linhas de crédito para implantação de fontes de energia limpa, incentivando até mesmo os órgãos públicos estaduais a aderirem a essa implantação.
Ratinho contou que o governo fará agora o incentivo de novos métodos de geração de energia. “O hídrico ainda é o ambientalmente mais correto e o que menos tem impacto, e o Paraná e o Brasil têm essa expertise de geração de energia através da forma hídrica. Porém hoje a tecnologia nos dá a opção da energia solar, a energia eólica através dos ventos, a biomassa através de cavaco de madeira, dejetos da suinocultura, que também está acontecendo. O Estado vem facilitando a vida para ter o licenciamento para a produção desse tipo de energia. Para isso lançamos o Paraná Energia Sustentável, para dar agilidade na liberação, porque antes para a pessoa fazer uma pequena usina solar de um mega, que dá cerca de cinco mil metros quadrados, demorava um ano para conseguir o licenciamento. Através do Banco do Agricultor Paranaense também estamos liberando uma linha de crédito a juro zero para que o agricultor possa produzir sua própria energia através da energia solar e ser autossuficiente na sua propriedade”, destacou.
Pacote de investimentos
O governador frisou ainda que lançará nos próximos dias um programa, que faz parte do programa de energia sustentável, mas que é um pacote de investimentos, de R$ 1 bilhão, para que as empresas que tenham crédito com o Estado – empresas que exportam geram crédito de ICMS –, em especial as cooperativas, e que geralmente vão pegar esse crédito em 10, 20 anos.
“Estaremos antecipando o repasse desses créditos para essas empresas desde que seja para investir em energia renovável, ou seja, energia eólica, solar ou biomassa. É uma maneira da gente incentivar esse equilíbrio em geração de energia e não ficar só dependentes desse modelo hídrico”, completou.
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