“Não deixo para trás tudo que vivi no Barcelona, tudo não some de um dia para o outro. Mas estou muito feliz por estar aqui, começar essa nova etapa. E minha semana foi de altos e baixos, muitos sentimentos. A gente foi assimilando isso da maneira possível”, afirmou o argentino. “Estou no lugar certo para conquistar a Liga dos Campeões e continuar ganhando”, completou.
Uma multidão acompanhou a primeira entrevista do craque argentino do lado de fora do estádio Parque dos Príncipes para saudar o mais importante reforço da história do clube e do próprio futebol francês. De acordo com o presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi, a chegada de Lionel Messi é “um dia histórico”.
Um dos momentos mais emocionantes foi exatamente esse primeiro encontro com a torcida. Diante de uma festa parecida como aquela que verá durante os jogos – fumaça colorida, fogos de artifício e muita cantoria – Messi estava emocionado. Não chegou a chorar, mas foi quase. Do alto de um balcão, uma espécie de palanque que ficou distante uns cinco metros da multidão, ele acenou e sorriu mais do que de costume.
Em férias depois de conquistar a Copa América, no Maracanã, no mês passado – seu primeiro título com a seleção argentina principal em toda sua carreira -, Messi se esquivou sobre a definição da data de estreia pelo novo clube. O Campeonato Francês já começou, e o PSG venceu o Troyes na estreia. “Não sei ainda, acabo de voltar de férias, estava há um mês parado. Falei com o técnico. Acho que vou ter que fazer uma pré-temporada sozinho, treinar para poder jogar. Espero que seja o quanto antes, mas não posso te dar uma data. Não é uma decisão que não é minha. Mas a vontade existe.”
Messi cumpriu todas as etapas de uma apresentação tradicional. Uma entrevista coletiva para jornalistas do mundo todo, pose para fotos ao lado do presidente do clube, Nasser Al-Khelaifi, que esteve ao seu lado em todos os momentos, mais fotos no gramado do Parque do Príncipes, aquela ida ao lado de fora por alguns minutos. Embora seja um astro internacional, Messi parecia assustado, meio deslocado com tanta bajulação. Afinal, é a primeira vez em que foi apresentado num novo clube. Sua vida inteira foi feita no Barcelona. É tudo que ele conhece.
FAVORITO? – A chegada de Lionel Messi deixa o clube francês como um dos principais candidatos ao título da Liga dos Campeões. No torneio local, nem se fala. O astro reafirmou o desejo de levantar mais uma vez a taça mais importante do futebol europeu. Ele já foi quatro vezes vencedor do torneio. “É um time basicamente pronto, foram feitas contratações para a temporada. O PSG esteve perto de vencer a Champions em outras oportunidades. E estou aqui para ajudar, dar o melhor, com muita vontade, sede de jogo. Nunca tive tanta vontade de jogar. Tenho o objetivo, quero uma Champions, e estou no lugar para ter uma chance desse título”, disse Lionel Messi.
O vínculo de Messi com o clube francês é de duas temporadas, tendo a opção de renovar por mais uma temporada, até o meio de 2024. Seu salário rondaria os 35 milhões de euros (cerca de R$ 214 milhões na cotação atual) líquidos por temporada, com bônus incluídos – isso o deixaria no nível dos vencimentos de Neymar no elenco. Messi vai utilizar o número 30, que faz parte de sua história no começo da passagem vitoriosa pelo Barcelona.
Messi reafirmou que um fatores importantes para escolher o PSG foi a presença de jogadores conhecidos do elenco, entre eles, Neymar, com quem atuou no Barcelona, além dos argentino Di María, Paredes e o técnico Mauricio Pochettino. “Tenho certeza que a relação no vestiário será das melhores. Isso mostra que temos chance, que o objetivo pode ser alcançado em Paris. Claro que foi bom. Ney, Di María, Paredes, são amigos, jogadores que já conheço. Tive contato, conversamos. Eles fizeram muito para que eu escolhesse esse clube”, confirmou o astro.
Messi falou sobre o Barcelona em vários momentos. Foi sincero sobre a história que construiu lá. Não adotou a postura de “passado é passado”, tão comum em apresentações de jogadores que se sentem constrangidos em falar sobre os rivais. Com Messi não foi assim. E ele falou da tristeza de deixar a torcida para trás.
“Antes de sair, sem saber para onde ia, eu disse a eles que sempre vou considerar Barcelona como minha casa. Desde criança morava na cidade. Eles sabem que gosto de ganhar, eles me conhecem. Quero continuar buscando meus objetivos, quero fazer com que o PSG possa seguir com o objetivo de ganhar, ser cada vez mais importante como clube. Não sei se isso vai acontecer, mas se eu tiver que encontrar o Barcelona, que seja bonito, que o estádio esteja cheio. Mas claro que vai ser estranho, eu admito, jogar contra o Barcelona jogando outras cores. Mas é futebol, isso acontece.”
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