O resultado marca forte decepção na chave feminina porque Osaka era a principal candidata à medalha de ouro. Cabeça de chave número 2, ela viu a número 1 do mundo, a australiana Ashleigh Barty, cair logo na estreia. E, como a competição de tênis em Tóquio contou com várias baixas por opção das próprias atletas, Osaka era a grande estrela na chave feminina.
O desapontamento também atinge a torcida japonesa, que apostava alto na tenista de 23 anos. Osaka passou a concentrar os holofotes desde que acendeu a pira olímpica, no momento mais importante e solene da cerimônia de abertura da Olimpíada, na sexta-feira. Virou a “queridinha” dos compatriotas, o que vinha até ajudando a organização a reduzir a rejeição aos Jogos em solo japonês.
Osaka não foi escolhida por acaso para a honrosa função na abertura. Filha de pai haitiano e mãe japonesa, a atleta negra representa muito bem a mensagem de diversidade que o Comitê Organizador de Tóquio-2020 quer transmitir ao longo da competição. A tenista também encanta as crianças – tem até um Barbie com seu nome – e os mais jovens, com sua postura ativista dentro e fora das redes sociais.
O desempenho de Osaka em Tóquio era uma incógnita antes do início da competição. Isso porque ela ficou quase dois meses sem jogar. Não competia desde que abandonou Roland Garros após atritos com a organização, que decidiu multá-la por não comparecer às obrigatórias entrevistas coletivas. Após idas e vindas e dificuldades de comunicação entre as partes, Osaka revelou que queria evitar o contato com os jornalistas porque considerava que as entrevistas estavam afetando sua saúde mental.
Na ocasião, disse que sofria de depressão e ansiedade desde que faturou o primeiro dos seus quatro títulos de Grand Slam, o US Open de 2018. Aquela final tumultuada terminou com vaias injustas à japonesa por conta da torcida a favor da americana Serena Williams, que havia entrado em confronto com o árbitro Carlos Ramos ao longo da partida. Nesta terça, a japonesa passou direto pela zona mista, sem conceder entrevista no local.
Contra Vondrousova, vice-campeã de Roland Garros em 2019, ela apresentou performance bem abaixo do esperado. No primeiro set, venceu apenas um game. Foram 32 erros não forçados ao longo do jogo, contra apenas dez da rival checa. Osaka, que até então não havia perdido o saque nas duas partidas disputadas em Tóquio, sofreu cinco quebras. E obteve apenas uma.
Nas quartas de final, Vondrousova vai enfrentar a vencedora do duelo entre a espanhola Paula Badosa e a argentina Nadia Podoroska.
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