Estudantes de Cascavel criam calculadora adaptada para cegos

A combinação entre educação científica, inovação tecnológica e inclusão social tem colocado estudantes da rede estadual do Paraná em evidência. Exemplo disso são as jovens Paola Mileny Batista (16) e Raquel Ferreira Knakievicz (17), do Colégio Agrícola de Cascavel, que representarão o Brasil na International Conference of Young Scientists (ICYS) Fair 2026, uma das maiores feiras científicas do mundo, que acontecerá na Índia,com uma calculadora para pessoas com deficiência visual.

A conquista é fruto da participação na IV Feira de Ciências, Engenharia e Tecnologia (Fecet), realizada em agosto de 2025 em Cascavel, onde o projeto das alunas foi um dos destaques entre estudantes de 9 estados brasileiros.

Braille-Math: tecnologia e acessibilidade

O trabalho premiado, batizado de “Braille-Math”, é uma calculadora adaptada para pessoas com deficiência visual. Desenvolvida no componente curricular de Agro Robótica, a ferramenta utiliza placa Arduíno, teclas em relevo para leitura tátil e um sistema de respostas em áudio gravadas pelas próprias alunas.

Com isso, o dispositivo possibilita maior autonomia no aprendizado de matemática, unindo acessibilidade, inclusão e baixo custo.

“Será que existe uma calculadora para cegos? Esse foi o questionamento que nos motivou a criar a Braille-Math. Hoje, ver que nossa ideia ganhou destaque é a realização de um sonho”, contou Paola, emocionada.

Da sala de aula para o mundo

Orientadas pela professora Flávia Danieli Rech Cassol e pelo pedagogo Ricardo Pereira Munhoz, as estudantes enfrentaram meses de pesquisa e testes até chegar ao protótipo final. O reconhecimento na Fecet abriu as portas para o desafio internacional.

Agora, o grupo trabalha em novas adaptações, como a inclusão de algarismos em inglês, e em testes com o público-alvo para levar dados de usabilidade à feira.

“O maior prêmio já é estar participando da ICYS. Vamos levar não só nosso projeto, mas também o nome do Paraná para o mundo”, destacou Raquel.

Ciência, educação e futuro

Para a professora Flávia, o projeto mostra como a integração entre escola pública, tecnologia e incentivo à pesquisa pode transformar vidas:

“Estamos preparando nossas crianças e jovens para inovar e oferecer soluções práticas para a sociedade. Essa é a essência da ciência escolar.”

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