Estudo de Viabilidade Técnico e Econômico além de estabelecer municípios cortados por ferrovia, elenca rodovias que devem ser interceptadas por trilhos
Marcilei Rossi com AEN
Nesta semana, o Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário, recebeu os primeiros resultados do Estudo de Viabilidade Técnico e Econômico (EVTE) do ramal ferroviário entre Cascavel e Chapecó (SC). O estudo ainda não está disponível para apreciação da comunidade, porém, o Diário do Sudoeste teve acesso a alguns dados que possibilitam uma ideia de como deve se comportar a ferrovia no Sudoeste.
O objetivo é incorporar o trecho ao projeto original da Nova Ferroeste, que vai ligar por trilhos Maracaju (MS) ao Porto de Paranaguá. O outro ramal já confirmado é entre Cascavel e Foz do Iguaçu.
De acordo com o levantamento, ainda em caráter preliminar, a linha interestadual entre Paraná e Santa Catarina terá uma extensão total de 263 quilômetros. Para essa conexão são necessários 18 túneis e 31 obras de artes especiais (viadutos e pontes), com capacidade de carregamento de 32,5 toneladas por eixo. A velocidade máxima autorizada de operação será de 0 km/h. O investimento previsto, o chamado Capex, é de R$ 6,8 bilhões.
O estudo custou R$ 750 mil e foi doado ao grupo de trabalho paranaense por diferentes representantes do setor produtivo de Santa Catarina, liderados pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC). A projeção avança agora para uma segunda fase, com a avaliação do impacto financeiro.
“Fomos instados a participar deste projeto, não havia como Santa Catarina ficar de fora. Agora estamos correndo contra o tempo para avançar no projeto. Estamos falando de uma região com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 55 bilhões, com um agronegócio extremamente forte”, disse o presidente da ACIC, Lenoir Broch.
Traçado
A ventilação da possibilidade de um ramal Cascavel a Chapecó gerou grande especulação de qual traçado seria o mais viável. Na primeira quinzena de março, quando entidades paranaenses e catarinenses se reuniram para as primeiras tratativas do estudo, se cogitava o traçado cortando o território de nove municípios do Sudoeste.
Agora, de acordo com dados disponibilizados pela assessoria de imprensa da Nova Ferroeste, o traçado indicado no Estudo de Viabilidade Técnico e Econômico (EVTE) passa 11 municípios do Paraná, três no Oeste, — Cascavel, Catanduvas e Três Barras do Paraná —, e oito no Sudoeste, — Boa Esperança do Iguaçu, Dois Vizinhos, Verê, Itapejara D’Oeste, Bom Sucesso do Sul, Renascença, Vitorino e Marmeleiro —, seguindo o possível traçado a ser construído.
O EVTE apontou ainda como rota os municípios de Campo Erê, São Bernardino, Saltinho, Bom Jesus do Oeste, Serra Alta, Modelo, Pinhalzinho em Santa Catarina.
Rodovias interceptadas
Também de acordo com o estudo, as principais rodovias interceptadas são as PRs-180, 281, 484, 471, 473, 475, 493, 566 e 879, além da BR-280, no Paraná, e SCs 473 e 469 em Santa Catarina.
O EVTE levou considerou em todos os casos soluções em desnível, ou seja, não haverá conflito ferroviário x rodoviário nas interceptações.
Com relação a movimentação de carga no primeiro ano de operação, a assessoria de imprensa revelou que deve chegar a 5,04 milhões de toneladas. Entre os principais produtos transportados, milho, proteína animal, soja e farelo de soja.
Obrigado presidente Jair Bolsonaro por finalmente o governo federal investir em ferrovias, o senhor é um marco muito positivo na história.