Na tarde da quinta-feira (9), na sala de reuniões da Câmara de Vereadores de Pato Branco, foi debatido a situação do Laudo e Estudo Geotécnico realizado em resposta ao requerimento feito pela casa de leis. A causa e data do requerimento foram as rachaduras encontradas na rua das Oliveiras, no bairro Vila Izabel, no mês de outubro do ano passado, que danificaram não só a via, mas também algumas residências. O laudo e estudo, foi realizado pela equipe do Núcleo de Pesquisa em Riscos Urbanos (Nupru) do Departamento de Construção Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Campus Pato Branco.
Entre os dias 11 e 15 de outubro, moradores da região perceberam alterações em suas casas, até que no dia 19, a via estava fechada para trânsito de veículos, por conta da rachadura. O fato, segundo o Laudo foi um movimento de massa de solo, localizado na rua das Oliveiras (quadras 1540 e 1541), no que se refere a rastejos que estão causando instabilidades no solo.
Para a moradora Claudia Regina Bernardi Baldin, que acompanhou a realização do laudo e possuí conhecimentos na área como mestre em Engenharia Civil e doutorando em Geotecnia, falta infraestrutura no bairro, com relação às águas pluviais. Segundo ela, foi realizada uma cobertura da cratera por parte do poder público. Durante investigação feita pelo laudo, foi descoberto uma cratera que se abriu dentro da Área de Preservação Permanente (APP), que existe abaixo do local onde foram encontradas as rachaduras, e segundo o documento, recebe as águas pluviais do entorno.
“A Prefeitura fechou parte dessa cratera, com pedras. No entanto, de um mês para o outro, ela cresceu novamente. A água lavou aquela parte superficial que eles colocaram de material, e já abaixou um metro e meio. Isso fica bem visível que temos uma vazão muito grande de água naquela região”.
Outro morador que também reivindica ações do poder público com relação ao problema, é Lodimar Menegotto. Para ele a preocupação é salvar vidas. “Esse é o nosso objetivo, tentar criar estrutura para que não tenhamos o risco de perder vidas no futuro”. Lodimar disse ainda que o laudo oferece caminhos de solução viáveis. “Esse laudo é publico, realizado por pessoas técnicas, não há nenhum achismo. Ele mostra um caminho que a parte pública pode fazer. Não dizemos que a Prefeitura não fez nada, mas muito pouco, porque até hoje não traz segurança nenhuma para nós. O que nós estamos cobrando é que seja feito, e o quanto antes”.
O vereador Romulo Faggion (União Brasil) afirmou que o próximo passo será um novo requerimento, dessa vez, para convocar a presença do engenheiro da Secretaria de Obras Públicas, representante da Defesa Civil e do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema). “Precisamos dar um respaldo para essas famílias que estão desesperadas, pois quando chove, elas não sabem se a casa pode cair ou não”, completa Romulo.
A conclusão do Laudo e Estudo Geotécnico apresentado é que o principal problema da área é a concentração da drenagem de águas pluviais na área da APP, de forma inapropriada. “A grande vazão de água no local causou uma grande erosão a jusante (voçoroca), conforme mencionado no corpo do trabalho, que formou uma grande cratera no leito do rio, formando paredes laterais íngremes, profundas e instáveis, se aprofundando até atingir uma camada de solos mais resistente. Ao atingir esta camada mais profunda, a erosão tende a se alargar removendo o solo dessas paredes de taludes instáveis”. Há também o agravante, segundo o documento, da qualidade encontrada do solo que em parte é formado por aterro mal compactado.
Como alternativa para resolver a situação, o estudo diz que a área deve ser estabilizada através da revisão dos projetos de drenagem das quadras, disciplinamento das águas, retadulamento e contenção dos taludes, com movimentação de terra. Outra ação proposta é o reflorestamento da área, para defesa natural do terreno.
Comentários estão fechados.