Essas aprovações são as primeiras da administração do presidente Joe Biden. Elas incluem o paquistanês Saifullah Paracha, que aos 73 anos é o prisioneiro mais velho do local, quase 20 anos depois que os Estados Unidos começaram a abrigar ali centenas de suspeitos após os ataques de 11 setembro de 2001.
Os outros dois beneficiários são também o paquistanês Abdul Rabbani, de 54 anos, e o iemenita Uthman Abdul al-Rahim Uthman, de 40 anos. “Hoje é um grande dia. Saifullah Paracha, de 73 anos, preso injustamente por 17 anos, vai voltar para casa”, disse seu advogado Shelby Sullivan-Bennis no Twitter.
Eles serão libertados nos próximos 30 dias, mas isso vai depender de acordos a serem feitos com os países de destino. O Paquistão disse que está aberto a receber seus cidadãos. Mas realocar o cidadão iemenita é mais difícil devido à crise no país.
Como a maioria dos internos de Guantánamo, nenhum dos três foi formalmente acusado de qualquer crime. Paracha era um empresário que estudava nos Estados Unidos, onde tinha uma empresa de suprimentos para lojas.
Ele foi capturado na Tailândia em 2003 e acusado de ajudar a financiar a Al-Qaeda, o grupo terrorista responsável pelos ataques contra os Estados Unidos em 2001. No entanto, nunca houve acusações contra ele, que sempre alegou amar os Estados Unidos.
Seis outros prisioneiros receberam permissão para serem libertados; cinco deles antes de Donald Trump assumir o cargo em 2017. Entre os 40 detidos restantes, vários estavam supostamente relacionados de maneira direta aos ataques do 11 de Setembro ou outros ataques atribuídos à Al-Qaeda.
Biden está sendo instado a libertar presos de Guantánamo sem acusações e a avançar no processo contra aqueles que enfrentam acusações por seus laços com a Al-Qaeda. O governo dos Estados Unidos disse que quer julgá-los em tribunais militares, mas os que permanecem estão presos em questões burocráticas que impedem o andamento dos processos.
A decisão de aprovar as três liberações, segundo um oficial do governo americano, foi tomada no início da semana passada pelo diretor de Inteligência Nacional, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e pelos secretários de Defesa, Segurança Interna, Justiça e Estado. Todos eles têm representantes no Comitê de Revisão Periódica, organização que avalia a ameaça representada pelos detidos.
Normalmente, a Secretaria de Revisão Periódica, que administra o conselho, publica as justificativas para a tomada de decisões de liberação em seu site. As decisões geralmente incluem uma recomendação para garantia de segurança, bem como as recomendações do conselho para reabilitação, repatriação ou reassentamento do detido a ser liberado. Mas nenhuma dessas informações havia sido divulgada até a noite de segunda-feira. (Com agências internacionais)
Comentários estão fechados.