A passagem ao status republicano coincidiu com o 55º aniversário da independência da ilha caribenha, que foi colônia britânica até 1966. Depois, permaneceu vinculada à Coroa.
Após uma saudação de 21 tiros, Mason prestou juramento e garantiu que com essa transição, os barbadianos, cerca de 280 mil habitantes, poderão “aproveitar ao máximo” a essência de sua soberania.
Mason, a primeira mulher a servir no Tribunal de Apelações de Barbados e até agora governadora-geral da ilha, foi eleita presidente em 20 de outubro. “Durante décadas tivemos discursos e debates sobre a transição de Barbados para uma república. Hoje o debate e o discurso viraram ação”, destacou a eleita.
Em seu discurso na Praça dos Heróis Nacionais de Bridgetown, ela afirmou que a ilha agora está definindo sua “bússola em uma nova direção” com base nos “sucessos, triunfos e conquistas” dos últimos 55 anos como um país independente. Mason, que foi premiada com a Ordem da Liberdade de Barbados, também se comprometeu a “avançar com confiança e ousadia para o bem da nação e das gerações presentes e futuras”.
A cerimônia de gala de quase três horas contou com a presença do Príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, e líderes de alguns países da Comunidade do Caribe (CARICOM), bem como o proeminente ex-jogador de críquete Garry Sobers e a cantora Rihanna, ambos de Barbados. A artista, inclusive, recebeu a honra de Herói Nacional de Barbados.
O príncipe Charles disse no evento que a criação desta república representa “um marco no longo caminho” que os barbadianos “não apenas viajaram, mas também construíram”.
Recordando “as atrocidades terríveis da escravidão” durante os tempos coloniais, sublinhou que a população da ilha “abriu o seu caminho com extraordinária força, emancipação, autogoverno e independência”.
A ilha mais oriental do Caribe, 300 km ao leste da Venezuela, tem uma superfície de apenas 430 km². Antes da pandemia de covid-19, mais de 1 milhão de turistas visitavam o país por ano, famoso por suas praias paradisíacas e suas águas cristalinas.
Barbados não será a primeira ex-colônia britânica no Caribe a se tornar uma república, uma vez que a Guiana já deu esse passo em 1970, seguida por Trinidad e Tobago, em 1976, e Dominica, em 1978.
O restante das colônias do Reino Unido na região são territórios membros da Comunidade do Caribe (Caribe) e optaram como status a monarquia constitucional, permanecendo como parte da Comunidade das Nações com laços históricos com Londres. Esse status implica que a monarca britânica é a chefe de estado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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