Toldo corre por fora na briga por uma medalha para a esgrima brasileira. O atleta chega a Tóquio depois de terminar entre os oito melhores no Grand Prix de Florete, em Doha, no Catar. Na bagagem, são 10 anos disputando o Circuito Mundial e duas Olimpíadas na carreira: os Jogos de Londres, em 2012, e do Rio de Janeiro, em 2016. Para ele, sua experiência será uma das armas para se destacar.
“Me deu uma bagagem muito grande na questão de enfrentamento da competição. Gosto do clima de Jogos Olímpicos, é uma coisa que me deixa bem à vontade. Consigo administrar muito bem a pressão. Com essa experiência, consigo lidar com a tensão, já sei as sensações que vou ter no momento. Vou procurar usar isso a meu favor”, contou.
A cobrança, inclusive, não será um problema, segundo o atleta. Mesmo durante o período restritivo de quarentena, Toldo intensificou seus treinamentos com foco e dedicação. A confiança está em dia e ele tem seus objetivos bem definidos. Para o esgrimista, um bom resultado e, quem sabe, uma medalha olímpica, serão formas de coroar o que vem sendo construído nos últimos anos.
“Treinei para chegar nesse nível de esgrima, para chegar nessa situação. Para mim, é tudo muito natural. Acabo ignorando a cobrança, treino para mim. Não existe pessoa que se cobra mais nos treinamentos que eu. E não vai existir pessoa mais realizada que eu se alcançar a medalha. Procuro deixar de fora esses efeitos externos para pensar no meu trabalho e chegar na melhor forma possível”, afirmou o esgrimista.
O atleta vive um dos melhores de sua carreira. No Grand Prix de Florete, foram oito vitórias e apenas quatro derrotas, entre confrontos de pule e eliminatórios. Mas segundo ele, é só o começo. Ciente do que representa, Toldo diz que se orgulha por “ser um destaque em um país que não tem tanta cultura olímpica” como o Brasil. Seu objetivo, aos 28 anos, é chegar mais longe.
“Acredito que posso crescer muito mais, evoluir dentro da esgrima. Estou em um bom momento, sim. Consegui administrar melhor as situações que tinha mais dificuldade, acho que a experiência conta muito na esgrima. Me sinto muito à vontade em cima da pista, estou conseguindo jogar muito bem e os resultados refletem esse bom momento”, comemorou.
A Olimpíada de Tóquio, porém, tem suas particularidades. Diferentemente das outras edições disputadas por Toldo, não haverá torcida e as restrições são mais duras por conta da pandemia da covid-19. O atleta entende como “mais um desafio”, mas prefere olhar pelo lado positivo. “Fico feliz porque os Jogos Olímpicos foram viabilizados”, disse.
Segundo ele, essas novidades podem ser um atalho para chegar mais longe na competição. “Me concentro muito em planejamento, organização. Temos um monte de detalhes, situações novas que vão trazer muitas dificuldades para os atletas. Mas eu vejo como uma oportunidade de me sobressair. Vou procurar me concentrar para abstrair todas essas problemáticas e acho que isso pode me trazer resultados positivos”, projetou.
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