A persistente baixa nos preços de aquisição da sucata de obsolescência por parte das usinas siderúrgicas está levando as empresas que comercializam recicláveis a incrementar as exportações de sucatas ferrosas para subsistência do ciclo da reciclagem e manutenção da compra desses materiais do catador.
“Estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo já estão vendendo sucatas 10% mais baratas do que São Paulo”, segundo informou uma fonte de uma usina à S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities. “A ideia é não ter uma especificação de obsolescência acima de R$ 800/t FOB”, acrescenta a fonte.
A queda de preços vem ocorrendo também em outros tipos de sucata, tais como cavaco, mista e pesada, conforme a S&P Global Platts. “As siderúrgicas brasileiras com características de oligopsônio (poucos compradores) reduzem os preços, restando como opção os mercados conquistados fora do país”, diz Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa).
Além disso, com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a isenção do PIS/COFINS nas operações de venda de insumos recicláveis à indústria de transformação, os preços dos insumos tendem a ser ainda mais impactados com o aumento dessa carga tributária.
O consumo de sucata no Brasil vem reagindo e pode superar 9 milhões de toneladas neste ano, 13,1% acima de 2020, que fechou em 7,957 milhões de toneladas, estima o Inesfa.
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