A exposição de Ziraldo, Terra à Vista e Pé na Lua, irá marcar o início das comemorações dos 100 anos. Ela deverá ser aberta em 12 de outubro, mesma data prevista para a realização de um seminário internacional.
“Ziraldo é um abraço, uma maneira de dar alguma leveza a este momento que estamos passando”, diz Vânia Bonelli, diretora interina do museu, ao Estadão. “A exposição vai contar com QR Code que irá permitir diálogos dos personagens com figuras do nosso acervo. Ela será capaz de agradar a todas as gerações, com interação inclusive para os adultos.”
O plano de ação para 2021 foi idealizado e está sendo desenvolvido pela Associação de Amigos do Museu Histórico Nacional. A entidade conseguiu o aporte de R$ 1 milhão do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Além de viabilizar a exposição, o montante será utilizado para ações de preservação e melhorias na estrutura.
“Com esse aporte, nós vamos focar diretamente em três itens que estavam mais defasados. Um é de preservação de acervo, de fotografias dos séculos 19 e 20, que estavam precisando ser digitalizadas. Outro é a questão do acondicionamento do material de numismática, sendo que nós temos uma das maiores coleções da América Latina – são 150 mil itens. Por fim, vamos fazer uma requalificação do acervo da Sophia Jobim, cujo acervo foi doado pela família, com peças, artigos e joias que ela criou. Como tem uma parte têxtil, é um acervo complexo de ser restaurado, e por isso exige um valor mais elevado”, ressalta Vânia.
Novos tempos
O (quase) centenário Museu Histórico Nacional já havia realizado exposições virtuais de forma pontual, mas com a pandemia o modelo ganhou força e deverá permanecer.
“Temos que cada vez mais nos atualizar com tecnologias e transformar nosso acervo precioso em algo digital, para que a gente possa chegar a todos os públicos”, avalia a diretora.
Vânia ressalta, contudo, que aquele museu clássico, frequentado diariamente por pessoas de todas as idades, vai continuar. “A presença de público é o que nos move, nos dá energia. A gente espera que, quando for possível, o museu voltará a ser um espaço público, revigorado, com todas as suas potencialidades, e que ele se reafirmará como um centro de produção de conhecimento, mas sempre compartilhado com a sociedade. Pensando sempre nas famílias, nas crianças, naquilo que chamamos de público espontâneo.”
Da mesma forma, a visitação pública aos itens seculares será acompanhada por novas tecnologias. O Pátio dos Canhões, por exemplo, também terá tecnologia de QR codes, que permitirá ao visitante saber onde aqueles itens foram originalmente utilizados.
As novidades, agora, aguardam pelo fim da pandemia – ou, pelo menos, pela possibilidade de se fazer uma visitação segura. “A gente não sabe quando poderá reabrir. Falou-se em abril, depois em maio, talvez demore mais. Mas a nossa expectativa é de sempre abrir amanhã. E estamos prontos para isso”, assegura Vânia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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