Uma pedra rolou de uma encosta, num temporal, e acabou no meio de um caminho onde passavam muitos carros. Os motoristas tinham que fazer uma perigosa manobra para continuar seu caminho, amaldiçoando os responsáveis pela rodovia que não removiam a pedra. Um jornal fotografou a pedra, fez ampla reportagem e entrevistou as autoridades para saber a quem cabia a responsabilidade de remover a rocha. Um carroceiro, que não tinha lido o jornal, com uma estaca, usada como alavanca, removeu a pedra e seguiu seu caminho.
Existe, hoje, uma tendência de acusar os outros pelos problemas e esperar que eles os solucionem. Não é minha responsabilidade, declaram muitos. E, assim, os problemas persistem e se agravam. Ao lado das pessoas irresponsáveis, que são minoria, existem muitos que se omitem. É a confraria dos braços cruzados, mas sempre disposta a acusar os outros. E se justificam: aqueles que criaram os problemas que os resolvam. Quem são aqueles?
Foi atribuída a Gerson, grande jogador da Copa de 1970, a expressão “levar vantagem em tudo”, o “jeitinho brasileiro”. Trata-se de uma maneira de evitar a própria responsabilidade, é o expediente para não cumprir a própria obrigação, furar a fila, exigir privilégios, enfim, burlar a lei em benefício próprio. Isso vale para o futebol, vale para a política, vale para as comunidades e vale para as famílias. E muitos fazem da Lei de Gerson seu modo de andar na vida. Além de ser prejudicial, esta prática é altamente contagiosa.
O profeta Isaías, numa passagem célebre, após enumerar as grandes tarefas a serem cumpridas, diante da omissão geral, prontifica-se: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). A história está repleta de nomes que não optaram pelo jeitinho, mas assumiram corajosamente tarefas pelo povo. É por isso que recordamos um São Francisco de Assis, um São Vicente Pallotti, um Mahatma Gandhi, uma Santa Teresa de Calcutá e assim poderíamos citar muitas pessoas por vezes vivendo entre nós. Elas não ficaram esperando pelos outros. Assumiram com coragem e, por isso, muitos outros entraram em ação, empolgados com suas atitudes.
A confraria dos braços cruzados é extremamente prejudicial. É bom lembrar que o maior homem do mundo morreu de braços abertos na cruz. Muitos lamentam a escuridão. Isso é muito fácil. Inteligente é acender um fósforo.
E você? Está esperando cair do céu o milagre das suas realizações? Tem feito a sua parte? Seja o piloto de sua história e voe o mais alto que conseguir.
Quem realmente tem fé está fazendo a sua parte e, com certeza, a força do Senhor lhe dará o poder necessário para realizar seus desejos e colocar os seus talentos a serviço do bem.
Portanto, pare de reclamar e comece a caminhar em direção aos seus sonhos. Faça sua parte agora e hoje mesmo Deus começará a lhe mostrar os caminhos para a sua prosperidade e felicidade. Siga em frente! Você é mais forte do que imagina. Acredite!
Pe. Lino Baggio, SAC
Paróquia São Roque – Coronel Vivida
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