A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) expressou sua oposição à importação de tilápia do Vietnã, uma medida que, segundo a entidade, poderia causar danos significativos à indústria de piscicultura brasileira e paranaense. Em um documento enviado nesta quarta-feira (17) ao ministro da Pesca e Aquicultura, André Carlos Alves de Paula Filho, a FAEP detalha suas preocupações com a compra de 25 mil quilos de tilápia do país asiático, realizada em dezembro de 2023, e potenciais negociações futuras.
A argumentação da FAEP baseia-se no fato de que a piscicultura brasileira, especialmente a produção de tilápia, está em rápida expansão. O Paraná, sendo o maior produtor do país e responsável por 40% da produção nacional, poderia ser adversamente afetado pela importação de tilápia do Vietnã. “Assim como estamos vendo na atividade leiteira, as importações podem achatas as cotações internas do produto, tornando a produção inviável e prejudicando milhares de produtores”, alerta Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR.
A preocupação também abrange a capacidade do Brasil de atender à demanda interna e gerar excedentes para exportação, fortalecendo a balança comercial. Em 2023, o Brasil exportou cerca de 2,1 mil toneladas de tilápia, um aumento de 96% em relação ao ano anterior, gerando uma receita de US$ 14,1 milhões.
Além das implicações comerciais, a FAEP chama atenção para os diferentes protocolos sanitários e ambientais entre Brasil e Vietnã. Em 2021, o Paraná foi reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), destacando a importância de manter uma estrutura sanitária sólida para acessar mercados consumidores mais exigentes no futuro.
A FAEP enfatiza a necessidade de proteger a piscicultura brasileira de cenários adversos, assegurando a sustentabilidade e a competitividade da indústria no mercado global.
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