A cidade de Pato Branco está de luto pelo falecimento, neste sábado 01 de julho, de Setembrino Antonio Bortot, pioneiro que dedicou sua vida ao progresso e crescimento do município. Aos 87 anos, Setembrino deixou um legado marcado por suas iniciativas em diversos setores, desde a industrialização até o envolvimento comunitário e religioso.
Nascido em 11 de setembro de 1935, Setembrino Bortot era filho de Pedro Bortot e Carmela Dalla Corte. Seu pai, Pedro, veio para o Paraná em 1928, oriundo de Paim Filho, Rio Grande do Sul, com a intenção inicial de orar em Guarapuava, mas acabou se estabelecendo em Clevelândia. Em 1930, a família mudou-se para o distrito de Vila Nova, hoje conhecido como Pato Branco.
A trajetória da família Bortot em Pato Branco foi marcada pela agricultura, mas também pela incursão pioneira na industrialização do município. Setembrino, juntamente com seus irmãos Abel e Ludovico, iniciaram a instalação da primeira serraria, do primeiro moinho de milho e trigo, além da primeira indústria de erva-mate na região.
Em 1960, mais uma vez liderando com visão empreendedora, os irmãos Abel, Ludovico e Setembrino instalaram uma pequena usina hidrelétrica com uma turbina de 20cv no Rio Ligeiro. Essa iniciativa possibilitou a produção de energia suficiente para atender ao bairro Bortot e suas proximidades até o Posto Tigrão.
Além das atividades industriais e agrícolas, a família Bortot também se destacou no comércio local, estabelecendo uma loja diversificada de tecidos, alimentos, medicamentos e perfumaria, bem como pioneira no transporte de carga na região.
Setembrino Bortot foi um cidadão engajado com a comunidade. Contribuiu para o loteamento do Bairro Bortot em 1965, juntamente com sua mãe Carmela, sendo que nessa ocasião doaram terrenos para a construção da Escola Carmela Bortot e da subestação da Copel, evidenciando seu compromisso com o desenvolvimento do município.
Sua devoção à religião católica levou à fundação da Capela São Francisco de Assis no Bairro Bortot, onde doou a imagem do santo, demonstrando mais uma vez seu espírito comunitário.
Além de suas atividades empresariais e comunitárias, Setembrino também trabalhou como motorista de caminhão, transportando suínos para São Paulo-SP e Rio de Janeiro-RJ, sempre contribuindo para a economia local e nacional.
Em 1990, assumiu a presidência do Sindicato Rural de Pato Branco, cargo que ocupou até 1993, demonstrando sua dedicação e liderança no setor agrícola.
Em reconhecimento as suas contribuições, Setembrino Bortot recebeu, em 13 de julho de 2016, o título de cidadão Benemérito de Pato Branco, em uma proposição do vereador Claudemir “Biruba” Zanco.
Os pato-branquenses lamentam profundamente a perda desse ilustre pioneiro, cuja atuação e dedicação deixaram um legado duradouro e significativo para a comunidade. Setembrino Bortot será lembrado como um exemplo de empreendedorismo, liderança e amor por sua cidade natal.
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