As últimas semanas têm sido de poucas chuvas na região sudoeste do Paraná. Em abril, a precipitação foi de míseros 3 milímetros, segundo dados da estação meteorológica da unidade do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR). No último trimestre, a precipitação acumulada no último trimestre foi de 85 milímetros, muito abaixo dos 500 milímetros mínimos esperados para o período.
A estiagem já está mostrando suas consequências nas lavouras, especialmente de feijão e de milho. Um dos vice-presidentes da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Oradi Caldato, adianta, por exemplo, que as lavouras de feijão da região devem render cerca de metade do que estava nas expectativas dos agricultores da região.
Segundo ele, a previsão era uma safra com média de 40 sacas por hectare. O que tem se mostrado, porém, é uma produtividade média de 20 sacas por hectare, para menos. “Havia lavouras que também poderiam chegar a 45, 50 sacas haja visto a tecnologia usada no desenvolvimento de sementes e práticas que estão sendo adotadas”, comenta o representante da Faep.
A escassez de chuvas afetou sobretudo a segunda florada do feijão, momento crucial para o desenvolvimento da planta, explica o agricultor. Os grãos das vagens da primeira florada também sofreram consequências.
Milho
As lavouras de milho safrinha também devem ter sua produtividade afetada. Caldato comenta que o plantio tardio da soja, ainda no ano passado, e consequentemente sua colheita tardia, também causou um atraso no plantio do milho.
De modo geral, o milho começou a ser plantado na região em restevas de soja no início de fevereiro, quando o ideal seria janeiro. “O que já faz muita diferença na produtividade. Sabendo ainda que havia risco do frio”, completa.
Considerada a falta de chuva, as projeções de colher em média, e no máximo, cerca de 100 sacas por hectare também caíram pela metade.
Há ainda um outro elemento que pode complicar a vida dos produtores locais de milho: a cigarrinha. Segundo Caldato, ainda que não afete a região de forma generalizada, o inseto tem causado problemas em algumas lavouras.
Perdas
Caldato avalia que os produtores que financiaram suas lavouras com recursos próprios, e não contam com seguro, correm mais risco de ter prejuízos. “Agora, muita gente vai ter prejuízo, pois não teve acesso a financiamento e seguro, por causa do zoneamento, que avançou muito em função do atraso do plantio e da colheita da soja”, analisa o agricultor.