Há dezenas de unidades de conservação onde essas ações estão atrasadas. É o caso do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, entre Minas Gerais e Bahia. O Parque da Chapada dos Guimarães, no Pantanal mato-grossense, também está com o calendário em atraso. A falta de ações preventivas é preocupante ainda nos Campos Amazônicos (AM), onde ocorrem queimadas recordes, e no Parque da Serra da Canastra, onde estão as nascentes do Rio São Francisco, no sudoeste de Minas.
A execução dos aceiros depende de recursos para contratar equipes de brigadistas que, muitas vezes, incluem apoio de terceirizados. É preciso dinheiro para bancar a conta de carros, combustível, equipamentos, diárias e alimentação, entre outros itens. Nos Campos Amazônicos, o ICMBio chega a contratar o serviço temporário de indígenas nas medidas preventivas e de controle de chamas.
A reportagem questionou o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) várias vezes sobre esses atrasos. O órgão declarou apenas que “não haverá interrupção”. O Estadão também procurou, sem sucesso, o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente. Conforme informou anteontem o jornal, o ICMBio está sem recursos para pagar contas básicas e ameaça fazer uma paralisação generalizada. O alerta foi feito pela própria diretoria, em ofício ao presidente do instituto, Fernando Cesar Lorencini.
Segundo o documento, a partir de maio será preciso fechar as brigadas de incêndio, “o que poderá acarretar em elevado dano ao meio ambiente”. Paralelamente ao esvaziamento do órgão, Ricardo Salles tem apoiado a execução de seu programa “Adote um Parque”, que prevê repasses da iniciativa privada para ações de apoio às unidades. O governo também trabalha para dar um fim ao ICMBio como autarquia independente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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