“Teremos algumas emoções até fim do ano”, afirmou Moraes, ao apontar a tendência de as interrupções que vêm limitando a produção das montadoras continuarem no segundo semestre.
Resultado de um descompasso provocado pela retomada rápida dos pedidos da indústria com a digitalização da economia na pandemia (maior demanda por chips em transmissão de dados e aumento no uso de aparelhos eletrônicos pelo isolamento social), Moraes disse que os semicondutores se tornaram o novo gargalo da indústria de transformação, levando a, conforme estimativas, perdas de 3% a 5% da produção global de veículos.
“Até o fim do ano, podemos ter no mundo e no Brasil paradas por falta de semicondutores”, disse o presidente da Anfavea.
Segundo ele, a complexidade do insumo, como o design dos semicondutores, e a necessidade de grandes investimentos em capacidade e desenvolvimento de uma indústria fragmentada e concentrada na Ásia explicam por que não há perspectiva de solução de curto prazo para a falta de componentes eletrônicos.
A previsão da Anfavea da produção deste ano, de 2,5 milhões de veículos, não será alterada pois já levava em conta o risco de fornecimento. Moraes reconheceu, no entanto, que a entrega de alguns modelos às concessionárias está levando semanas em função da dificuldade das montadoras em aumentar a oferta. O estoque de veículos nos pátios de concessionárias e montadoras segue suficiente para apenas 15 dias de venda.
“O que mais preocupa agora são os semicondutores”, afirmou Moraes.
O balanço da Anfavea mostrou ainda que as montadoras eliminaram 605 vagas de trabalho no mês passado, um saldo que, conforme Moraes, já começa a refletir o fechamento de fábricas da Ford.
Comentários estão fechados.