A conta mundial de importação de alimentos, que mede o volume e o custo das importações globais, deve atingir US$ 1,75 trilhão em 2021, US$ 185 bilhões a mais do que no ano anterior, disse a FAO em seu relatório semestral Food Outlook.
O aumento ocorre em meio a preocupações crescentes com a inflação de alimentos e a fome global, especialmente entre as nações mais pobres que ainda lutam contra a covid-19. Esses também são os países que terão de arcar com a maior parte do aumento, disse a FAO.
As nações em desenvolvimento vão gastar US$ 730 bilhões importando alimentos neste ano, cerca de US$ 127 bilhões a mais do que em 2020, prevê a FAO. Ao contrário dos países desenvolvidos, que importarão menos alimentos, mas a preços mais altos, os países em desenvolvimento precisarão importar maiores quantidades de alimento para atender à crescente demanda de sua população, num momento em que os preços estão disparando.
O quadro é particularmente ruim para as nações menos desenvolvidas do mundo, mostram os dados. Esse grupo, que inclui muitos países da África Central, vai gastar muito mais neste ano para importar apenas um pouco mais de alimentos do que em 2020.
O clima seco em regiões produtoras de grãos na América do Sul, uma importante fonte de milho e soja, bem como uma onda de estocagem por governos que dependem da importação de alimentos, ajudou a elevar os preços dos alimentos básicos ao longo do último ano.
A forte demanda de países cujas economias se recuperaram após a pandemia, como a China, também contribuiu para o aumento dos preços. A decisão da Rússia, o maior exportador mundial de trigo, de taxar as exportações de grãos também ajudou a impulsionar os preços.
O Índice de Preços de Alimentos da FAO atingiu seu nível mais alto em uma década em maio, disse a organização na semana passada. O aumento mensal também foi o maior em cerca de 10 anos, sugerindo que o ritmo da inflação de alimentos está se acelerando. Fonte: Dow Jones Newswires.
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