O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 137,1 pontos em outubro, alta de 4,3 pontos (3,2%) ante setembro e 25,1 pontos (22,4%) acima do verificado em outubro de 2020. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo subiram pelo quinto mês consecutivo, com alta de 5% no mês e 38,3% em relação ao mesmo intervalo de 2020 – o nível mais elevado desde novembro de 2012. “Colheitas menores nos principais exportadores, especialmente Canadá, Federação Russa e Estados Unidos, continuam dando sustentação aos preços. A redução da oferta global de trigo de melhor qualidade, em particular, exacerbou a pressão, com as qualidades premium liderando o aumento de preço”, destacou a FAO.
Os preços da cevada subiram no mês, impulsionados pela forte demanda, redução das perspectivas de produção e aumento de preços em outros mercados. Os preços do arroz também subiram ainda mais no mês. Em compensação, os preços do milho permaneceram estáveis, apoiados por ganhos nos mercados de energia.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 184,8 pontos em outubro, alta de 16,3 pontos (9,6%) em comparação com setembro, marcando um recorde histórico. “A força contínua do Índice reflete principalmente valores mais firmes para os óleos de palma e de colza, óleos de soja e girassol, que receberam apoio da retomada da demanda global de importação, principalmente da Índia, que reduziu ainda mais as tarifas de importação de óleos comestíveis”, apontou a FAO.
As cotações internacionais do óleo de palma subiram pelo quarto mês consecutivo, sustentadas pela robusta demanda de importação global que coincidiu com preocupações sobre a produção abaixo do esperado na Malásia, em virtude da persistente escassez de mão de obra. “Os preços internacionais do óleo de colza também subiram significativamente, influenciados pelo prolongado aperto da oferta global e também pelo aumento dos preços do petróleo”, informou a FAO.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 112,1 pontos em outubro, queda de 0,8 pontos (0,7%) em relação a setembro, marcando a terceira queda mensal, embora 20,3 pontos (22,1%) acima do verificado em outubro do ano passado. Conforme a FAO, as cotações da carne suína caíram, principalmente por causa da redução nas compras da China. “A carne bovina refletiu uma queda acentuada nas cotações de suprimentos do Brasil em meio à incerteza do mercado, após as suspensões das importações por seus principais parceiros comerciais, em virtude de preocupações com a doença mal da vaca louca”.
As cotações internacionais das carnes ovina subiram ainda mais no mês, refletindo contínuas limitações de oferta da Oceania, provocada pela alta demanda para recomposição do rebanho. Já os preços da carne de frango aumentaram em decorrência da forte demanda global, enquanto as expansões de produção permaneceram fracas em virtude dos altos custos da ração e surtos de gripe aviária, especialmente na Europa, explica a FAO.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 120,7 pontos em outubro, alta de 2,6 pontos (2,2%) em relação a setembro. A média é também 16,2 pontos superior à observada em igual mês do ano passado (15,5%). Em outubro, as cotações internacionais de todos os produtos lácteos subiram, segundo a FAO. “A oferta de leite baixa, estoques apertados na Europa e um início mais lento do que o antecipado para a nova temporada de produção de leite na Oceania também deram suporte aos preços mundiais do leite”, informa a organização. Enquanto isso, os preços dos queijos permaneceram estáveis, já que os suprimentos dos principais produtores foram suficientes para atender à demanda de importação global.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 119,1 pontos em outubro, queda de 2,1 pontos (1,8%) em relação a setembro, marcando o primeiro recuo após seis aumentos mensais consecutivos. No entanto, o valor ainda é 40% acima do observado no mesmo período de 2020, principalmente devido a preocupações com as perspectivas de redução da produção no Brasil. “A queda foi desencadeada pela limitada demanda global de importação e por boas perspectivas de produção em exportadores importantes, como Índia e Tailândia”, ressalta a FAO. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar norte-americano também contribuiu para a queda dos preços mundiais do açúcar em outubro. Segundo a entidade, entretanto, a pressão de queda sobre os preços foi limitada por preços mais altos do etanol no Brasil.
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