Segundo o site do jornal Clarín, o presidente revelou ter avançado com seu plano de incorporar novos nomes ao seu governo, entre eles, Danile Scioli, atual embaixador no Brasil, e Julián Domínguez, ex-presidente da Câmara dos Deputados.
Essas declarações surgem no contexto da crise desta semana no governo argentino, após a derrota da coalizão governamental nas eleições primárias do domingo passado – antes das eleições legislativas de 14 de novembro – e da decisão de vários ministros da ala do peronismo kirchnerista, liderados pela ex-presidente e atual vice-presidente Cristina Kirchner, de renunciar.
Fernández também suspendeu suas viagens ao exterior, incluindo a visita ao México para a cúpula de sábado entre chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), para terminar de definir as medidas econômicas que serão anunciadas nos próximos dias, segundo ele.
Além de cancelar a sua participação na reunião com os líderes da Celac – grupo que a Argentina espera presidir em 2022, se receber o apoio necessário -, o presidente não participará pessoalmente da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, mas com um vídeo gravado. A Assembleia dos líderes ocorre na próxima semana, a partir de terça-feira.
O conflito político no país se agravou na quinta-feira, quando a vice-presidente – a quem cabe substituir o presidente durante viagens ao exterior – publicou uma longa carta nas redes sociais na qual criticou abertamente, entre outras coisas, a política econômica do governo. A forma como conduz a área iria ter consequências eleitorais, segundo Cristina, lembrando a Fernández que foi ela quem o escolheu como candidato a presidente.
Horas antes, o presidente usou o Twitter para fazer a sua primeira declaração pública sobre o conflito: “Escutei o meu povo. A arrogância não se aninha em mim. O governo continuará a se desenvolver da forma que eu achar conveniente. Foi para isso que fui eleito. Sempre buscarei a união dos argentinos”, escreveu.
A crise que expôs as profundas divisões na coalizão governista deixou um clima de incerteza na Argentina sobre se o presidente executará as reformas ministeriais e econômicas exigidas pela vice. Fernández não disse se aceitará as demissões que foram apresentadas a ele por vários ministros e dirigentes vinculados a Cristina. (Com agências internacionais)
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