Ele só ficou atrás da dobradinha britânica, formada por Tom Dean e Duncan Scott, que era o grande favorito. Os medalhistas de ouro e prata completaram a distância em 1min44s22 e 1min44s26. Scheffer registrou o melhor tempo de sua carreira, cravando o novo recorde brasileiro e sul-americano da prova. Nas semifinais, ele havia anotado 1min45s71.
“Não pensei em tempo ou colocação. Só queria fazer a minha prova. Tentar colocar na água tudo o que treinei e nadar feliz, em cada braçada, aproveitando cada metro. É uma sensação muito especial. Parece que eu estou sonhando ainda”, disse o novo medalhista brasileiro, em entrevista ao canal SporTV.
“A gente sempre se prepara pensando na medalha, mas eu tento, quando chega na competição, tirar toda a cobrança possível. Nadar sem me cobrar, sem querer me botar essa pressão de resultado. Nado querendo fazer o meu melhor na hora. E realmente é muito difícil colocar isso na hora certa. Mas treinamos para isso e conseguimos fazer na hora que era para fazer”, declarou.
O brasileiro nadou na raia número 8, a pior da piscina por sofrer mais com as ondulações criadas pelos demais nadadores. Mesmo assim, ele manteve um bom ritmo desde o começo da prova, apesar de ser conhecido por fazer inícios mais lentos e finais mais explosivos nesta distância.
De fato, ele aumentou o ritmo nos últimos 50 metros e fez duelo parelho com os rivais britânicos. A prova foi decidida na batida da mão, com ligeira vantagem para os nadadores ingleses. Com o resultado, conquistou a primeira medalha da natação brasileira em Tóquio, encerrando um jejum que durava desde os Jogos de Londres-2012. Isso porque o Brasil ficou sem pódio na modalidade no Rio-2016.
Aos 23 anos, Scheffer faz sua estreia em Olimpíadas na capital japonesa. No Rio-2016, o índice olímpico não veio por apenas 80 centésimos. Mais maduro, ele fez valer a experiência adquirida no novo ciclo olímpico. Em 2018, no Mundial de Hangzhou, na China, participou do revezamento 4×200 metros livre que bateu o recorde mundial de piscina curta e faturou o ouro. Em Tóquio, ele já chegou como o dono do recorde sul-americano da prova, que voltou a superar nesta segunda-feira.
Com a medalha de bronze, o nadador aumentou o número de pódios do Brasil nesta Olimpíada. Agora são quatro medalhas, sendo duas de bronze e duas de prata, ambas conquistadas no skate. Rayssa Leal e Kelvin Hoefler brilharam no street no domingo e no sábado. E no mesmo domingo o judoca Daniel Cargnin levou o bronze, também em sua estreia em Olimpíadas.
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