Um evento para os que gostam de um espetáculo circense e todo o clima que envolve esse gênero, desde entrar embaixo da lona, comprar pipoca e apreciar os artistas, até compartilhar com a plateia o sonho que é mostrado no picadeiro. Transportar esse mundo para o universo digital foi um desafio para a produção, como relata Fernanda Vidigal, coordenadora do evento. “Como criar um festival de artes cênicas mediado por tecnologia? Como aproximar o público do artista? Como provocar o arrepio na barriga ao ver um trapezista pela tela do computador? Como tirar gargalhadas das crianças com as trapalhadas dos palhaços? Foram muitas perguntas e muito diálogo também. Conversamos por muito tempo com artistas e realizadores de cultura do País para chegarmos a um formato interessante e instigante”, diz.
Com caráter internacional, o evento tem em sua programação 24 trabalhos de artistas do Brasil, Canadá, Espanha, França, Holanda e Uruguai. A abertura será às 18h, com a estreia do espetáculo Cine Circo – Noite Enluarada entre Ruínas, uma produção do próprio festival, com direção do catalão Cisco Aznar e participação de brasileiros e uruguaios. Pelo formato escolhido, as apresentações são gravadas. “Mas não se trata de assistir a um espetáculo gravado em um teatro ou em uma lona de circo”, explica Fernanda. “Os trabalhos selecionados para esta edição foram aqueles que também utilizaram a linguagem audiovisual a seu favor, que se preocuparam com a estética e os recursos que o audiovisual oferece para compor o trabalho cênico de circo.”
Criado para servir de vitrine para a produção circense, além de oferecer oportunidades para os artistas brasileiros se aperfeiçoarem, como enfatiza a organizadora, o Festival Mundial do Circo “é formado por duas mostras infantis e quatro adultas”. Fernanda destaca ainda a estrutura da plataforma, que precisava reproduzir o que o público viu inúmeras vezes, mas de forma presencial. Para atingir esse objetivo, a organizadora explica que “o festival convidou o ilustrador Conrado Almada, que traduziu com maestria o universo circense e criou uma ‘cidade do circo’, suspensa por balões e dirigíveis. E é assim que o espectador entra nesse mundo de fantasia”.
Ainda sobre a programação, Fernanda Vidigal revela que haverá a exibição do espetáculo EnPenne, criação do grupo canadense 7 Dedos da Mão, “uma produção sensível e poética realizada em 2020, durante a pandemia”. Além de números tradicionais, o público ainda poderá “assistir a vídeos, uma exposição da artista Clarice Panadés e o projeto Diálogos em Rede, uma série de debates sobre o circo e sua prática”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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