Segundo Zita Carvalhosa, não houve diminuição significativa de inscrições, nem por conta da pandemia, nem por conta do momento difícil para o audiovisual brasileiro. “O formato curta resiste melhor aos tempos de crise, porque seu modo de produção é menos encadeado com a cadeia econômica”, disse. Os acontecimentos do último ano e meio aparecem nos filmes. Vários lidam com o confinamento e com a busca do eu nesta nova realidade. Levando em conta a pandemia, o comitê de seleção também buscou produções que dessem prazer de assistir. “Não é que não haja filmes pesados. Mas existia essa linha de que a gente está abarrotado de coisas ruins e que esta pequena janela para o mundo podia trazer coisas não tão ruins”, disse Zita Carvalhosa.
O festival destaca a representatividade, seja na Mostra Amotara – Olhares das Mulheres Indígenas ou no longa Sobre Olhares – Oficinas Kinoforum, trazendo um balanço da produção feita em comunidades de São Paulo nas últimas duas décadas nas aulas promovidas pelo festival. “É muito legal ver como o Brasil mudou nos últimos 20 anos, como as periferias mudaram, como as pessoas se expressam diferente, como há novas vozes. Esse olhar diverso é transformador e transforma o País. Não adianta a gente refutar algo que está acontecendo. Essas outras vozes são a solução para o Brasil.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários estão fechados.