“O relaxamento de restrições à mobilidade possibilitado pelo avanço da imunização na maioria dos países vem dando continuidade à retomada do nível de atividades. Porém, essa retomada mostra desaceleração no início do segundo semestre do ano, em função de preocupações com novas variantes do vírus”, diz a nota divulgada pela FGV.
Além disso, a desorganização das cadeias produtivas globais da indústria, causada pela pandemia, ainda é um entrave à retomada. “A restrição de disponibilidade de insumos para a indústria, observada em todas as regiões, exerce pressões sobre custos de produção, o que por sua vez levanta preocupações em relação à evolução da política monetária, tanto em países centrais quanto emergentes”, continua a nota da FGV.
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.
No Barômetro Coincidente, a região da Ásia, Pacífico & África contribuiu com a maior parcela, de 6,3 pontos, para a queda do indicador, seguida pelo Hemisfério Ocidental, com 2,0 pontos, e a Europa, com 1,8 ponto. “O resultado reflete em grande parte a natural desaceleração das taxas interanuais de crescimento do PIB mundial na medida em que a economia se afasta do período-base do segundo trimestre de 2020”, diz a nota da FGV.
No Barômetro Antecedente, três regiões contribuíram de forma negativa para o resultado de agosto. A região da Ásia, Pacífico & África contribuiu com 7,8 pontos para a queda, o Hemisfério Ocidental com 1,9 ponto de queda, e a Europa com recuo de 1,6 ponto.
“A desaceleração do ritmo excepcionalmente forte de expansão deve, portanto, continuar nos próximos meses. Além da desaceleração do crescimento, a piora do quadro sanitário em algumas regiões e gargalos no abastecimento de diversos insumos produtivos podem estar colaborando para a queda dos indicadores”, diz a FGV.
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