“Há uma melhora das perspectivas futuras, mas o índice que mede a situação atual continua rodando em torno dos 70 pontos, mostrando que apesar do otimismo, os consumidores vêm tendo dificuldade de recuperação financeira, principalmente as famílias de menor poder aquisitivo, que têm mais dificuldade de obter emprego, organizar as finanças familiares e sofrem maior impacto do aumento dos preços, principalmente dos alimentos”, diz nota divulgada pela FGV.
Em julho, o Índice de Situação Atual (ISA) teve ligeira queda, de 0,7 ponto, para 70,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) cresceu 2,5 pontos, para 90,8 pontos. O IE ficou no maior nível desde setembro de 2020, informou a FGV.
No ISA, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral se manteve estável, com recuo de 0,1 ponto em julho, para 76,6 pontos. O indicador que mede a satisfação sobre as finanças pessoais caiu 1,2 ponto, para 65,8 pontos.
O IE, indicador que mede as perspectivas em relação à situação da economia, subiu 3,2 pontos, para 116,3, maior valor desde fevereiro de 2020 (116,9). Com respeito às perspectivas para a situação financeira das famílias nos próximos meses, o indicador aumentou 3,2 pontos, para 92 pontos, maior valor desde novembro de 2020. O ímpeto de compras para próximos meses se manteve estável, com alta de 0,6 ponto, para 65,2 pontos.
Segundo a FGV, embora esse subindicador tenha aumento por quatro meses consecutivos, “ainda se encontra em patamar consideravelmente baixo quando comparado aos níveis pré-pandemia de covid-19”. Entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2020, por exemplo, o valor médio do indicador para compras previstas de duráveis foi de 82,7 pontos. “O cenário dos próximos meses vai depender do avanço da vacinação, do controle das novas cepas para que a confiança continue avançando”, diz a nota da FGV.
Além disso, a alta na confiança de julho foi concentrada entre os mais ricos. Tanto que houve piora do ICC para a faixa de renda mais baixa, cujo indicador caiu 2,4 pontos, para 71,7 pontos. Na faixa de renda acima de R$ 9.600,00, por outro lado, o indicador subiu 3,3 pontos, para 93,2, maior valor desde janeiro de 2020, informou a FGV.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.588 domicílios, com entrevistas entre os dias 1º e 23 de julho.
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