“A confiança dos consumidores recuperou parte das perdas sofridas em março mas ainda precisa ser avaliada com cautela. A melhora foi influenciada pela diminuição do pessimismo das famílias em relação aos próximos meses mas sem nenhuma percepção de recuperação da situação atual dado o cenário de agravamento da pandemia e dificuldades enfrentadas pelas famílias. O comportamento cauteloso dos consumidores vêm sendo mantido em relação aos gastos, fato justificado por fatores econômicos como: renda, emprego e aumento dos níveis de endividamento, mas também psicológicos, relacionadas à incerteza em relação à saúde e a necessidade de isolamento social”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Em abril, o Índice de Situação Atual (ISA) subiu 0,5 ponto, para 64,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) cresceu 6,7 pontos, para 79,2 pontos, recuperando 54% da perda sofrida em março.
O componente que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral no momento presente subiu 1,3 ponto em abril, para 71,6 pontos, terceiro menor valor da série histórica iniciada em setembro de 2005. O item que avalia a satisfação sobre as finanças pessoais atualmente caiu 0,3 ponto, para 58,2 pontos, o menor nível desde o piso da série, registrado em abril de 2016.
Quanto às expectativas, o componente que mede as perspectivas para a economia nos próximos meses foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança em abril, com avanço de 8,6 pontos, para 100,7 pontos, embora o resultado positivo não recupere todas as perdas sofridas no mês anterior. Já as perspectivas em relação à situação financeira das famílias nos próximos meses cresceram 4,1 pontos, para 86,4 pontos. O item que mede o ímpeto para compras subiu 6,5 pontos, para 53,1 pontos, patamar ainda baixo em relação aos níveis pré-pandemia.
No mês de abril, houve piora na confiança apenas na faixa de renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 mensais, com recuo de 2,5 pontos, para 61,4 pontos, o menor patamar desde maio de 2020. Nas demais faixas de renda houve melhora.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.631 domicílios, com entrevistas entre os dias 1 e 24 de abril.
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