Segundo Silvia Mattos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV, o cálculo leva em consideração um crescimento de 0,7% do PIB em 2022, descontado o aumento populacional da mesma magnitude (0,7%). “Prevemos o PIB crescendo porque tem setores com crescimento quase automático, como agropecuário. Mas, descontada a alta da população, a variação é nula”, diz ela.
Para este ano de 2021, os cálculos apontam para um crescimento de 3,8% do PIB per capita.
Segundo o Ibre/FGV, o pico do PIB per capita brasileiro foi alcançado em 2013, de R$ 39.575 (a preço de 2020). Silvia diz que, em um cenário classificado de “bem, bem otimista”, a renda per capita dos brasileiros retornaria a esse nível em 2028. Para isso acontecer, seria necessário que o PIB per capita brasileiro crescesse a um ritmo médio de 1,5% ao ano ao longo dos próximos sete anos.
“Só tivemos crescimento assim nos anos 2000. Seria preciso um choque externo favorável e, internamente, um ciclo vigoroso de reforma. É um cenário possível, mas otimista. Se considerarmos o que realmente crescemos em PIB per capita entre 1981 e 2019, que foi de 0,7% ao ano, só alcançaremos o nível de 2013 em 2034”, explica a coordenadora do Boletim Macro.
Além do retrocesso do nível de renda nos últimos anos, a riqueza dos brasileiros é, sabidamente, mal distribuída. Dados do IBGE mostram que a desigualdade medida pelo índice de Gini piorou em 2018 e 2019. No ano passado, o indicador registrou melhora, o que pode ser parcialmente atribuído ao pagamento do auxílio emergencial ao longo do ano, reduzindo níveis de pobreza.
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