Um filhote de paca (Cuniculus paca) é o primeiro resultado positivo da troca de animais silvestres para reprodução entre o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), da Itaipu Binacional, e o Parque Ecológico Klabin (PEK), em Telêmaco Borba, na região central do Estado do Paraná.
O intercâmbio aconteceu em abril de 2024, quando a Klabin enviou um casal de gatos-maracajá (Leopardus wiedii) para o RBV e recebeu três pacas (duas fêmeas e um macho) da instituição. Uma das pacas acasalou com o único macho da espécie que existia até então no plantel da Klabin, gerando um filhotinho no início de janeiro. O nascimento foi comemorado pelas duas instituições.
“O intercâmbio de animais entre Itaipu e instituições parceiras é essencial para fortalecer os programas de reprodução de espécies e aumentar a diversidade genética na região, contribuindo para a conservação da biodiversidade”, afirma a zootecnista da Itaipu, Fabiana Stamm.
“Além de expandir o conhecimento técnico e aprimorar nossos bancos genéticos, a reprodução desse animal ressalta a importância da conservação de espécies ameaçadas, aproximando a população da conscientização”, destaca o coordenador do Parque Ecológico Klabin, Paulo Schmidlin.
Ainda não é possível saber o sexo do filhote, pois os profissionais do PEK estão respeitando o tempo de contato com o animal, ainda nesse início de vida. O novo morador do Parque está sendo mantido num recinto com os pais. No decorrer dos dias, ele será reavaliado e, de acordo com o comportamento animal, poderá ser colocado em outro recinto.
De acordo com a zootecnista da Itaipu, as pacas são dispersoras de sementes e os gatos-maracajá ajudam a manter o equilíbrio ecológico, como predadores de outras espécies menores. Os gatos-maracajá e as pacas são espécies classificadas, respectivamente, como em perigo de extinção e vulnerável, de acordo com a Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná.
Intercâmbio
O intercâmbio de roedores por felinos é importante para recompor o plantel de animais de acordo com o plano de populações do RBV e do PEK. As pacas não fazem mais parte das espécies trabalhadas no Refúgio Biológico, para que se possa investir na reprodução de outras espécies de roedores, como a cutia ( Dasyprocta sp ), por exemplo.
O casal de gatos-maracajá que veio para Foz do Iguaçu se uniu aos cinco animais (três fêmeas e dois machos) do RBV. Antes desse intercâmbio com a Klabin, a Itaipu havia enviado suas últimas três jaguatiricas (Leopardus pardalis) para o Gran Parque Iberá, na Argentina, optando por focar o trabalho com os gatos-maracajá. Os dois animais vão compor o programa de reprodução dessa espécie, por meio da formação de novos casais.
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RBV e PEK
O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) conta com um plantel de cerca de 325 animais, de 53 espécies. Com uma área de 1.780 hectares, o local é pioneiro na reprodução de várias espécies, tendo o maior plantel do mundo da ave-símbolo do Paraná, a harpia (Harpia hapyja), além de um bem-sucedido programa de reprodução de onças-pintadas (Panthera onca) e de veados-bororó (Mazama nana). Contribuiu, ainda, para a reintrodução na região de Corrientes, Argentina, de jaguatiricas e mutuns-de-penacho (Crax fasciolata), entre outras.
No Parque Ecológico Klabin (PEK), as três pacas compõem um plantel de cerca de 120 indivíduos de 35 espécies diferentes. Criado na década de 1980, o PEK é mantido pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens e de soluções sustentáveis em embalagens de papel do Brasil, para promover a conservação da biodiversidade, a manutenção e a reabilitação de animais silvestres e a preservação de espécies. O espaço de 9.852 hectares, dos quais 91,6% são compostos por áreas de floresta nativa, também é utilizado para educação ambiental e desenvolvimento de pesquisas científicas com a fauna e a flora locais.
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