A proporção de idosos entre o total de internações pela covid já esteve em 27,1% na semana 23. entre 6 e 12 de junho. Agora, nas semanas 31 e 32, de 1º a 14 de agosto, o porcentual é de 43,6%. No caso dos óbitos, comparando com a mesma semana 23, o salto foi de 44,6% para 69,2%, mostrando claramente a reversão da tendência anterior, que era de rejuvenescimento da pandemia. “Com relação aos óbitos, a mudança é mais dramática: há novamente uma concentração de óbitos nas idades mais longevas, com completa reversão da transição da idade ocorrida nos meses anteriores”, informa o novo boletim.
Isso não quer dizer que os imunizantes não funcionem, como frisam sempre os especialistas. Pelo contrário, a vacinação reduz significativamente o número de casos graves e óbitos. Nenhuma vacina, porém, é 100% eficaz. Diante da alta circulação do vírus, é esperado que o número de casos e mortes aumente proporcionalmente na faixa etária mais vulnerável. Além disso, é natural que a imunidade caia após alguns meses da vacinação. Por isso, cientistas pedem mais atenção às medidas de prevenção.
O aumento de infecções e óbitos entre idosos já vacinados – como foi o caso do ator Tarcísio Meira, que morreu aos 85 anos na semana passada – levou o Ministério da Saúde a avaliar a aplicação de uma 3ª dose em grupos mais vulneráveis, como idosos. Na quarta-feira, 18, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que o governo federal considere essa estratégia para quem tomou a Coronavac.
Em geral, em todo o País, os casos e óbitos pela covid vêm caindo de forma sustentada nas últimas oito semanas. A taxa de mortalidade geral do Brasil diminuiu 0,9% ao dia. A taxa de incidência de casos de covid foi reduzida em 1,5% diariamente. A exceção, no entanto, é o Rio, onde avança a variante Delta, que é mais transmissível. No Estado, a ocupação dos leitos hospitalares destinados à infecção está em 70%. E já chega a 92% na capital. “A sensação artificial de que a pandemia acabou é a responsável por um relaxamento das medidas de prevenção”, alertam os pesquisadores.
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