“As geadas, mudanças climáticas, inverteram o comportamento dos alimentos in natura, que estavam segurando a Alimentação e vieram positivos. A Alimentação volta a ser importante no crescimento da inflação”, explica Moreira. O IPC-Fipe acelerou de 0,83% na segunda quadrissemana de julho para 0,90% na terceira, puxado por aumento das taxas de Habitação (1,20% para 1,21%) e Alimentação (0,81% para 1,03%).
Os produtos in natura inverteram o sinal e avançaram 0,12% na leitura, após mais de um mês e meio em deflação. Com a pressão das geadas, os legumes saíram de deflação de 1,52% para alta de 6,18% – com pressão de itens como chuchu (5,35% para 11,77%), vagem (10,21% para 18,77%) e abobrinha (16,29% para 21,52%) – e, na pesquisa de ponta, que indica tendência, aparecem com inflação de 20,80%, segundo Moreira.
A aceleração da inflação de alimentos, diz o economista, é acompanhada pela manutenção das pressões de outras fontes. No grupo Habitação, a energia elétrica acelerou de 1,96% para 2,96%, com pressão de 0,10 ponto no IPC do mês. O gás de botijão avançou de 2,22% para 2,75% e, na leitura de ponta, acelera a 3,45%.
“Ainda temos os veículos novos (1,65% para 1,45%) e usados (2,95% para 2,66%) em alta, e vão continuar subindo enquanto a indústria automobilística não regularizar a produção. O índice geral começa a ficar complicado. Daqui para a frente, a Alimentação vai subir, as carnes vão subir mais, por causa do prejuízo grande na safra de milho”, diz Moreira.
Com as novas pressões nas leituras de inflação, Moreira afirma que há uma “grande chance” de elevar a projeção de IPC de 2021, atualmente em 6,50%, no fechamento de julho. “Ela pode passar desses 6,50% e já ficar beirando os 7,0%, por causa desses impactos”, afirma o economista.
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