Na segunda quadrissemana, mesmo com a desaceleração de gasolina (11,0% para 8,30%) e etanol (13,52% para 6,52%), o grupo Transportes (2,91% para 2,28%) ainda respondeu por 51% do índice. Por isso, Moreira faz ponderações em relação à desaceleração observada no IPC e à taxa esperada, considerando que ainda é um ritmo elevado de encarecimento. “A taxa era de 0,20% na primeira quadrissemana de março. Na primeira de abril chegou a 0,71% e agora só desacelerou a 0,65%”, diz, lembrando que os itens de energia explicaram o forte avanço do índice e devem produzir certo alívio até o fim do mês.
Na ponta comparação entre a segunda semana de abril com a de março, uma métrica que ajuda a observar a tendência, a gasolina indica nova desaceleração, com taxa de 2,40%. O etanol, por sua vez, tem queda de 5,60%. Na segunda quadrissemana, o gás de botijão também arrefeceu, de 3,69% para 1,76%, e a energia elétrica acelerou de 1,895 para 2,37%, mas Moreira afirma que o aumento provocado pelas mudanças mensais de PIS/Cofins deve começar a ser diluído.
Alimentação (0,39% para 0,50%), por sua vez, deve seguir avançando, por influência de semielaborados (0,98% para 1,08%), com destaque para carne bovina (1,55% para 1,61%). A expectativa é que termine abril em 0,64%.
“Alimentação continua pressionando, com um pouco menos força do que o ano passado, mas não se pode ignorar. É impressionante como carne bovina sobe sem parar há um ano com repasse de custos, como o câmbio, mesmo com a redução do consumo interno, com as pessoas deixando de comprar por falta de recursos”, diz, destacando a alta de 3,56% em 2021 e de 31,62% em 12 meses.
Para o IPC em 2021, Moreira admite que deve haver nova elevação na divulgação de abril, considerando a projeção de 4,39% atualmente. “É uma situação preocupante, porque a inflação está pressionada com a atividade fraca.”
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