Flávia Gnoatto vence Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Foram premiadas empreendedoras nas categorias Pequenos Negócios, MEI e Produtora Rural

Muitas histórias, lições de vidas e fatos inspiradores dividiram o palco em evento no Sebrae/PR, em Curitiba, nesta terça-feira (10), com a revelação das vencedoras da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN). O Prêmio reuniu empreendedoras de diversas regiões do Paraná. No total, foram 200 empresárias inscritas, com nove finalistas.

Na categoria Pequenos Negócios, a vencedora foi Flavia Gnoatto, da empresa Empório do Pão, de Pato Branco, na região sudoeste do Paraná. Categoria Microempreendedora Individual (MEI), a vencedora foi a empresária Ana Elisa Stefani Vercelheze, da Ana Vegana, de Londrina, no norte do Estado. Na categoria Produtora Rural, quem ganhou o prêmio foi Lucélia Aparecida da Costa, de Jaboti, no norte pioneiro do Paraná.

De acordo com diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, a premiação é uma forma de reconhecer mulheres que são protagonistas de suas vidas e que mantêm vivo o sonho de empreender.

“42% dos micro e pequenos negócios formalizados no Paraná são geridos por mulheres. E o empreendedorismo feminino traz para o cenário empresarial características específicas das mulheres que impactam positivamente no dia a dia dos negócios. Essa força, esse reconhecimento de histórias, de mulheres que dedicam a sua vida é fundamental para o desenvolvimento do Paraná e do Brasil”, celebrou Vitor Tioqueta.

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, prestigiou a cerimônia e destacou o protagonismo das mulheres paranaenses no empreendedorismo, mesmo tendo múltiplas funções no cotidiano, como cuidar da casa, família e filhos.

“O Sebrae realiza um trabalho notável, e este prêmio, Mulher de Negócios, é incrível, pois complementa o que o Sebrae já faz, especialmente no contexto de negócios. Estamos felizes de participar deste evento que destaca as mulheres, homenageando-as para inspirar outras que talvez ainda não tenham tido oportunidade para se dedicar e, assim, alcançar o sucesso no empreendedorismo”, apontou Piana.

Pequenos Negócios

Vencedora na categoria, Flavia é filha de uma cabeleireira e de um chapeador. Em 2017, ao lado do marido, comprou uma panificadora que estava fechando. Professora universitária, ela abdicou da docência e passou a se dedicar aos negócios. Um ano depois, adquiriram outra panificadora na cidade.

flavia gnoatto
A vencedora da categoria Pequenos Negócios foi a Flavia Gnoato, da Empório do Pão, de Pato Branco.

O tino para os negócios e a criatividade fizeram com que as empresas prosperassem. Além das panificadoras, a empreendedora deu início a mais três novos negócios: uma marca de chocolates, uma fábrica de salgados e uma linha de bolachas caseiras.

“É gratificante ser reconhecida pelo trabalho, por empreender, que não é qualquer pessoa que empreende, que tem essa visão. Espero ser um exemplo para aquelas que não têm incentivo, que às vezes não sabem por onde começar. Venho de uma família que inspirava, seja na casa, no trabalho, e hoje tenho também todo o apoio do Sebrae”, afirmou Flavia.

Mesmo diante de tantas conquistas, a empreendedora projeta os próximos passos: aumentar o maquinário, investir em aparelhos modernos, deixar a fábrica mais ágil e competitiva. Tudo isso, sem perder o padrão de qualidade e com investimentos contínuos em cursos para os mais de 70 colaboradores.

“Todas as 200 mulheres que se inscreveram alcançaram a vitória. Elas estão presentes com a missão de serem faróis, iluminando o caminho para as demais. Cada vez que uma mulher cresce, ela abre portas para outras se desenvolverem, e juntas construímos uma mudança significativa. Isso é o que o nosso governador, Carlos Massa Ratinho Júnior, e nosso vice, Darci Piana, tinham em mente quando criaram a secretaria”, comentou a secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Paraná, Leandre Dal Ponte.

Microempreendedora Individual (MEI)

Receber um diagnóstico de restrição alimentar não é nada fácil. E foi em meio a um turbilhão de emoções e preocupações que Ana descobriu que o seu filho recém-nascido, Raul, tinha alergia à proteína do leite de vaca (APLV). A partir daí, a família atravessou uma série de dificuldades, entre elas a de encontrar alimentos sem leite e sem contaminação cruzada no mercado.

Em plena pandemia, com um filho pequeno, ela perdeu o emprego e teve que se reinventar. Com coragem e motivação, decidiu que era hora de trilhar um novo caminho e abrir uma empresa de alimentos veganos e saudáveis. O início não foi fácil, uma sociedade desfeita e R$ 30 mil emprestados para recomeçar o negócio do zero.

“São tantos desafios que a gente acha que não vai conseguir. De repente, ser reconhecido dessa forma é muito gratificante. É um reconhecimento por tocar uma empresa. Você está deixando a sua marca e a sua história, porque a minha história é muito parecida com muitas de outras mães, que têm problemas de restrição alimentar na família. E, com esse enfoque, consegui tornar um desafio em uma solução, criando a Ana Vegana”, revelou Ana.

A história da Ana Vegana é similar à de muitas mães que precisaram mudar a carreira profissional pelos filhos. Apesar de todos os percalços, a empreendedora não desistiu do seu sonho e, ao lado do marido, com muito esforço e o propósito de construir um mundo melhor por meio da alimentação, trabalha para ser referência no mercado e, em breve, vai inaugurar o e-commerce da marca.

“Nós vimos a importância dessa valorização as mulheres, algo especial, feito para elas. O empreendedorismo feminino é fundamental nas economias familiares. Em muitos casos, elas começam por necessidade e, por isso, esse apoio desde o básico é fundamental”, analisou a fundadora do Clube da Alice, Mônica Balestieri Berlitz. O Clube é uma rede feminina colaborativa com 570 mil mulheres e ainda possui a Academia Alice, que envolve cerca de 870 empreendedoras de Curitiba em suas atividades.

Produtora Rural

Da cidade para o campo, a história de empreendedorismo de Lucélia começou quando ela decidiu retornar às suas raízes e investir na cidade natal. Ela morava em Curitiba, com o marido, quando comprou, em 2009, um sítio em Jaboti, norte pioneiro do Paraná. Com aproximadamente 12 hectares, na época, a atividade principal era o cultivo do café e o casal viajava a cada 15 dias para cuidar da plantação.

Durante a pandemia, o esposo perdeu o emprego e os dois decidiram voltar de vez para o interior do Estado. Foi aí que começaram a se dedicar ao cultivo do morango, ainda sem nenhuma experiência com a fruta. Eles buscaram conhecimento e fizeram cursos de capacitação, com o apoio do Sebrae/PR. Logo, os resultados começaram a aparecer. Uma das conquistas foi o selo de Indicação Geográfica do Morango (IG), que os ajudou a inserir o produto no mercado a preços diferenciados e competitivos.

“Para mim, este prêmio é especial, pois minha cidade é pequena, tem apenas 5 mil habitantes, e a agricultura familiar desempenha um papel crucial na diversificação de alimentos. A parceria com o Sebrae e os treinamentos promovidos com o apoio da Administração Municipal foram fundamentais para o nosso progresso”, reconheceu Lucélia.

A produtora rural que, em 2022, entrou para o Projeto Mulheres do Café do Norte Pioneiro em busca de melhorias para a atividade agrícola, conquistou muitos sonhos empreendendo no campo: construiu uma nova casa para a família e outra para os pais. Pensando em diversificar a renda, o casal também tem investido na produção de pepino japonês, pimentões e pitaya. A rastreabilidade do sítio favoreceu a prospecção de clientes de Curitiba e São Paulo. Hoje, a propriedade é a principal fonte de renda da família e de outras cinco pessoas que o casal emprega.

Também estiveram na cerimônia os diretores do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete e José Gava Neto; e a prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer; o prefeito de Jaboti, Regis William Siqueira Rodrigues; a titular da Câmara Brasileira das Mulheres Empreendedoras do Comércio, Luciana Burko Maciel, e sua suplente, Claudia Regina Colpi.

Disputa regional e nacional

Agora, as vencedoras de cada categoria disputarão a etapa regional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que reúne os três estados do Sul, ainda em outubro. Por fim, a etapa nacional acontece em novembro, quando se comemora o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, em Brasília (DF), e terá a participação das 15 vencedoras regionais, correspondente a três vencedoras por categoria para cada uma das cinco regiões do País.

PSMN

O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é uma iniciativa que valoriza e incentiva o empreendedorismo feminino no Brasil, reconhecendo o trabalho e a dedicação de mulheres empreendedoras que contribuem para o desenvolvimento do País.

Desde 2004, o prêmio homenageia empreendedoras com capacidade de inovação, visão de futuro, estratégia e gestão empresarial que, com seus negócios, geram impacto social e econômico na região em que estão inseridas.

Além de reconhecer o trabalho das empreendedoras, a iniciativa também tem como objetivo inspirar outras mulheres a investir em seus sonhos e acreditar em seu potencial empreendedor.

Confira a classificação em cada categoria:

Pequenos Negócios

1º lugar – Flavia Gnoato (Empório do Pão/Cravo e Canela) – Pato Branco

2º lugar – Elcintia Ferreira da Cruz (Tá Novinho Brecho Infantil) – Chopinzinho

3º lugar – Marizete Aparecida Coelho Marsango (Marsango Materiais de Construção) – Santo Antônio do Sudoeste

Microempreendedora Individual (MEI)

1º lugar – Ana Elisa Stefani Vercelheze (Ana Vegana) – Londrina

2º lugar – Jane Cassia de Souza Padulla (Jane Padulla Confeitaria) – Colorado

3º lugar – Aline Lopes Batista de Faria (Aline Attrativa Artesanatos) – Araucária

Produtora Rural

1º lugar – Lucélia Aparecida da Costa (Sitio Jabotoma) – Jaboti

2º lugar – Juanice Boszcz Brongel (Villa Dora) – Contenda

3º lugar – Camila Cristina Kunz Bocchi (AJC Agricultura) – Guarapuava

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