O Fluminense avançou em primeiro da chave com 11 pontos. O River Plate fechou a primeira fase com nove pontos e também garantiu uma vaga no mata-mata, mas teve mais sorte do que juízo, já que só se classificou porque o Junior Barranquilla apenas empatou sem gols com o Santa Fe no Equador e perdeu a oportunidade de ir às oitavas.
Para conseguir um triunfo que parecia improvável, mesmo diante dos vários desfalques do time argentino por covid-19, o Fluminense fez não só o seu melhor primeiro tempo na Libertadores, mas em toda a temporada 2021. E isso graças às alterações na escalação promovidas pelo técnico Roger Machado.
Pressionado e alvo de constantes críticas, o treinador resolveu mexer nas peças e lançou mão de Samuel Xavier e Egídio nas laterais e Caio Paulista e Gabriel Teixeira no ataque. Certamente ficou contente com o que viu. O time, que antes sofria muito para criar e em grande partes das partidas na temporada saia perdendo no primeiro tempo, teve outra postura nesta terça. Defendeu-se bem, foi organizado, teve intensidade e foi agressivo na frente, algo que vinha faltando nos jogos anteriores.
A postura deu resultado. Depois de incomodar o goleiro Armani no começo, o time tricolor marcou dois gols em sete minutos e ficou em situação confortável muito graças à qualidade de Fred. O goleador, acostumado a balançar as redes, atacou de garçom e deu um bolão para Caio Paulista abrir o placar aos 21.
Depois, aos 28, o camisa 9 lançou Nenê na esquerda. O meio-campista esperou a bola quicar e bateu de primeira, contando com o desvio no meio do caminho para ampliar. Fred tem quatro gols e duas assistências na competição, o que reforça sua importância para a equipe. Ele foi eleito o craque da partida pela Conmebol.
Na volta do intervalo, Marcelo Gallardo colocou Rojas, Palavecino e Matías Suárez, jogadores que se recuperaram da covid-19 recentemente e por isso começaram a partida no banco. O River melhorou, começou a incomodar mais o Flu, mas esteve longe de ser aquele time temido que foi campeão continental duas vezes nos últimos anos e que sempre chega ao mata-mata com sobras.
Os argentinos ficaram com um a menos depois da expulsão de Maidana, que acertou o cotovelo em Caio Paulista aos 21 minutos. Insatisfeito e com medo de ser eliminado, Gallardo mandou mais um atacante a campo, o jovem Girotti. Ele colocou fogo na partida ao diminuir o placar aos 39, se antecipando a Luccas Claro e desviando para o gol.
O empate, e muito menos a virada, não vieram, porém. Bem postado, o Fluminense se armou na defensa e conseguiu o contra-ataque fatal que tanto vinha procurando. Aproveitando a superioridade numérica e os espaços deixados pelo rival, os cariocas selaram o triunfo com gol de Yago. O volante recebeu de Abel Hernández dentro da área e tocou com categoria no canto de Armani.
Fim de um jogo que pode ser considerado histórico para o Fluminense, que se igualou a Cruzeiro e Palmeiras como os únicos brasileiros na história da Libertadores a vencerem Boca Juniors e River Plate na Argentina.
FICHA TÉCNICA:
RIVER PLATE 1 X 3 FLUMINENSE
RIVER PLATE – Armani; Lecanda (Rojas), Maidana, Martínez e Casco; Felipe Peña, Simón (Matias Suárez) Carrascal (Palavecino) e De La Cruz; Álvarez e Borre (Girotti). Técnico: Marcelo Gallardo.
FLUMINENSE – Marcos Felipe; Samuel Xavier (Calegari), Nino, Luccas Claro e Egídio; Martinelli (Wellington), Yago e Nenê (Cazares); Caio Paulista (Luiz Henrique), Gabriel Teixeira e Fred (Abel Hernández). Técnico: Roger Machado.
GOLS – Caio Paulista, aos 21, e Nenê, aos 28 minutos do primeiro tempo. Girotti, aos 39, e Yago, aos 46 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Esteban Ostojich (Uruguai)
CARTÕES AMARELOS – Martínez, Samuel Xavier, Matías Suárez, Caio Paulista, Martinelli, De La Cruz
CARTÃO VERMELHO – Maidana
LOCAL – Monumental de Núñez, em Buenos Aires, Argentina.
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