A revisão das projeções do Fundo trouxe somente novas estimativas sobre o PIB de países e alguns números relativos às suas contas públicas, sem tratar de outros indicadores, como projeções para inflação, déficit de transações correntes e taxa de desemprego.
O FMI destacou que, no caso do Brasil, a elevação da projeção de crescimento para este ano foi motivada em boa medida por resultados mais favoráveis do PIB no primeiro trimestre e por elevação dos termos de trocas do comércio internacional, que beneficia o país particularmente com a elevação das cotações de commodities.
O Fundo apontou no documento que no Brasil, bem como em outros mercados emergentes, como Hungria, México e Rússia, os seus respectivos bancos centrais começaram a elevar as taxas básicas de juros para conter pressões de alta dos índices de preços ao consumidor.
O relatório do FMI ressaltou também que o Brasil e a Índia propuseram a adoção de medidas fiscais para mitigar as consequências econômicas de “ondas recorrentes de infecções” causadas pela transmissão do coronavírus.
Recuperação antecipada
A economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, confirmou nesta terça-feira, 27, que a instituição elevou a previsão para o crescimento do Brasil em 2021, de 3,7% para 5,2%, e disse que “foi antecipada a recuperação”. Ela fez o comentário ao responder pergunta do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sobre a decisão do Fundo de reduzir a previsão do PIB brasileiro, de 2,6% para 1,9%, em 2022, na atualização do documento Perspectiva Econômica Mundial.
“A recuperação ocorreu antes do que o antecipado em 2021. O Brasil é um dos países que está se beneficiando pela ata de preços de commodities e da retomada de grandes parceiros comerciais como EUA e China”, destacou a economista-chefe do FMI. “Há também contratempos, pois a pandemia não terminou no mundo. O Brasil passa por uma terceira onda de covid-19 que ainda não cessou.” Ela fez as afirmações em entrevista coletiva promovida pelo Fundo Monetário Internacional.
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