De acordo com ela, um cenário em que as nações mais ricas saem da crise sanitária com recuperação sem precedentes e amplo espaço fiscal e monetário, enquanto o mundo emergente segue pressionado pela pandemia e com alto níveis de dívida, ameaça a “coerência do crescimento” e a estabilidade e segurança global. Georgieva alertou para a eventual dificuldade para o serviço da dívida em dólar de países mais pobres, uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) eleve as taxas de juros nos Estados Unidos.
A diretora do FMI credita a recuperação desigual à lenta vacinação contra a covid-19 em nações subdesenvolvidas. Diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, que também participou do evento, afirmou que apenas 0,2% das 1,1 bilhão de doses de imunizantes administradas em junho em todo o mundo foram em países de baixa renda.
“Precisamos que o Grupo dos 20 (G-20) doe mais 2 ou 3 bilhões de doses à iniciativa Covax”, disse Ngozi, acrescentando que a ferramenta, da Organização Mundial da Saúde (OMS), é mais apropriada para garantir a distribuição equitativa dos produtos em comparação à acordos bilaterais.
Segundo ela, para atingir o objetivo de vacinar pelo menos 40% da população mundial até o fim de 2021, será necessário também aumentar a produção dos imunizantes. Para isso, Ngozi defendeu que as cadeias de suprimento das matérias-primas das vacinas sejam movidas para regiões com concentração de nações de baixa renda. Ela argumentou também pela retirada de medidas de restrição ao comércio internacional.
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