Apesar de não conseguir realizar o sonho de participar de uma Olimpíada em 2024, Lucas Ostapiv, um dos principais nomes do taekwondo brasileiro, está determinado a treinar duro e buscar uma vaga na próxima edição dos Jogos. Em entrevista, seu pai, Fabiano Ostapiv, revelou os detalhes sobre o fechamento do ciclo passado e os novos desafios e estratégias que marcarão a próxima fase da carreira do atleta.
Lucas Ostapiv concluiu o último ciclo olímpico com um desempenho notável. Ele conquistou três títulos de campeão brasileiro, garantiu classificação no Grand Slam e, com uma grande performance, levou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Taekwondo. Esses feitos consolidaram sua reputação como um competidor de destaque e um forte candidato para as Olimpíadas. No entanto, apesar de estar melhor ranqueado, a trajetória olímpica teve um desfecho inesperado: diretivas internas da Confederação Brasileira de Taekwondo resultaram na reclassificação de Lucas Ostapiv como reserva olímpico, com a vaga em sua categoria sendo atribuída a um atleta do Rio de Janeiro.
O fechamento desse ciclo deu início a um novo capítulo, que traz desafios e oportunidades. “Agora, a novidade é que estamos zerando o ranking mundial e o ranking olímpico. É um reset que oferece novas perspectivas”, explicou Fabiano Ostapiv. O novo ciclo começa com uma viagem significativa para a Europa em outubro, onde Lucas participará de três campeonatos internacionais: na Albânia, Montenegro e Holanda. Esses torneios são cruciais para o estabelecimento de sua nova posição no ranking mundial e prometem um alto nível de competição.
A temporada europeia será marcada pela presença de atletas de elite, incluindo o atual campeão mundial italiano e competidores de outros grandes centros do taekwondo, como a Rússia e os Estados Unidos. O nível de competição será, sem dúvida, elevado, comparável ao das Olimpíadas. Fabiano destacou que “o nível vai estar extremamente alto, como se fosse um nível olímpico”.
Contudo, Lucas enfrenta atualmente um desafio adicional: um desgaste no fêmur que tem impactado seu desempenho. “Ele teve um desgaste na articulação do fêmur, o que afetou a mobilidade do quadril e sua capacidade de manter a perna erguida durante os chutes”, explicou Fabiano. Apesar dos obstáculos, a perspectiva é positiva, com a recuperação sendo acompanhada pelo médico ortopedista especialista em medicina esportiva, Fábio Cavali. A abordagem atual envolve fisioterapia e tratamento especializado para garantir que Lucas possa voltar a competir em sua plena capacidade.
A rotina de treinamento de Lucas é realizada em Florianópolis, onde ele treina com a equipe local sob a orientação do técnico Erickson Buzatto. A equipe de taekwondo de Santa Catarina é reconhecida por seu alto nível de desempenho, e Lucas e seu irmão Gabriel, também atleta, são parte fundamental desse time. “O Gabriel é um pilar importante para o Lucas, sempre treinando duro e ajudando na evolução do irmão”, comentou Fabiano.
Embora Lucas e Gabriel tenham obtido sucessos significativos em competições nacionais, como os Jogos Abertos, que ganharam duas vezes representando Pato Branco, eles agora estão vinculados a Santa Catarina. Isso impede que eles participem do Paraná Combate, que acontece até o final de semana em Pato Branco, devido às regras locais que impedem atletas de competir por outros estados. Essa situação reflete a complexidade do suporte esportivo no Brasil, onde a política pública ainda apresenta desafios.
Enquanto Lucas se prepara para os novos desafios, a expectativa é alta. “Estamos confiantes de que ele terá um desempenho diferenciado e superará as dificuldades”, concluiu Fabiano. Com a determinação e o suporte adequados, Lucas Ostapiv está pronto para escrever o próximo capítulo de sua carreira e continuar a brilhar no cenário mundial do taekwondo.
Comentários estão fechados.