O dia a dia da Vila Olímpica vem surpreendendo os esgrimistas. Apesar das diversas restrições, a magia não foi perdida, segundo Teixeira. Afinal, não é sempre que se olha para o lado e encontra alguns dos melhores atletas do planeta. “O clima olímpico está bem legal. A Vila Olímpica é uma Vila Olímpica, só que todos estão de máscara. De qualquer forma, eles conseguem sentir essa emoção. Não fica todo mundo parado, o pessoal pode circular. Tem muitas áreas abertas, então está bem legal”, celebrou.
A campeã mundial Nathalie Moellhausen é outra que celebra o momento de convivência com os demais atletas. “Estou sozinha no quarto, mas saio para visitar a Vila, aproveito para falar com amigos e família e curtir ao máximo cada momento, pois é um sonho estar aqui depois de um ano assim”.
A atleta afirma que existe o foco nos Jogos, mas a tensão vai dando lugar a uma rotina mais tranquila, buscando tirar a tensão antes da estreia. “Fora do período dedicado a preparação para a competição de sábado, para mim é importante descontrair, ver um filme, ler um livro, conhecer a Vila e os japoneses, ir ao cabeleireiro, rir com amigos e curtir mesmo. Não fico pensando 24 horas na competição. O que foi feito, está feito. O que será, será”, avisou.
O chefe da equipe de esgrima explica, em tom otimista, que o ambiente com Nathalie e Toldo é digno do alto nível dos Jogos Olímpicos. O foco é característica que serve para os dois, assim como a “seriedade no ponto certo”, disse Alexandre Teixeira. “Não os vejo trancados, mas confiantes. Na hora, vão estar prontos para fazerem o seu melhor”, afirmou.
Com a preparação já nos trilhos e a rotina alinhada, o momento é de concentração e correção dos detalhes. A expectativa é positiva, pelo que tem sentido Teixeira. “Os primeiros dias foram muito bons. O pessoal trabalhou na Vila, porque o treinamento só abria no segundo dia. Mas agora já entraram na rotina de treinamentos, todos os dias. Está bem legal. Agora é só afinar os últimos detalhes, trabalhar as ações mais fortes. E continuar trabalhando a confiança”, finalizou.
PROTOCOLOS NO INÍCIO – O primeiro desafio dos atletas do Brasil veio antes mesmo da estreia na pista. Toldo e Natalie precisaram ter cautela e atenção para corresponder a todas as etapas de segurança da viagem a Tóquio, novidades impostas pela pandemia da covid-19. Uma delas era realizar o cadastro em um aplicativo, que monitora a condição e a saúde dos atletas. Para Alexandre Teixeira, foi necessário ter bastante organização.
“Quando a gente viu os protocolos, pensamos que tinha muita coisa, assustou um pouco. Tinha que ficar colocando as coisas em um aplicativo. Mas a partir do momento que todos conseguiram se organizar, antes da viagem, com seu aplicativo, foi tudo bem. A parte mais tensa era cadastrar os dados”, explicou.
Ainda no aeroporto, antes mesmo do embarque, os procedimentos já aqueciam e davam uma mostra à dupla do Brasil de como seria a rotina no Japão. Foram horas de espera, testes e burocracias. De acordo com Teixeira, porém, isso já era previsto pelos atletas, que se mantiveram focados. Até porque, como sabiam, os protocolos seriam ainda mais rígidos durante a estadia na Vila.
“Dentro da Vila, já entramos na rotina dos protocolos. Tem que fazer testes diários. Eles fazem pela manhã, cedo, depois já não se preocupam com isso. Tem que colocar seus dados de saúde diariamente, medir a temperatura e colocar no aplicativo. Isso tem funcionado bem, não tem atrapalhado em nada a rotina do dia a dia deles”, continuou Teixeira.
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