“Sabemos da potência que a Holanda tem do meio para a frente. O que a (técnica sueca) Pia (Sundhage) sempre nos pede é para manter essa compactação e é o que vamos fazer. Fugimos um pouco desse padrão no jogo contra a China e a partida com a Holanda será totalmente diferente. Precisamos realmente estar bem compactadas e a comunicação acho que vai nos ajudar bastante, da goleira para a zagueira, da zagueira para o meio campo e do meio para as atacantes”, destacou.
“Devemos aproveitar que a zaga delas não é tão rápida e explorar o contra-ataque. Se conseguirmos roubar a bola e já fazer essa transição direta para o ataque, com bola no chão, acho que levamos vantagem. A qualidade do meio campo delas é impressionante, mas acredito que fazendo esse trabalho em conjunto, com a linha de quatro no meio campo, isso vai ajudar bastante para que a gente não sofra tanto lá atrás”, analisou.
Na batalha pela medalha de ouro, é fundamental manter a confiança, mas sem euforia. Recordista em participações olímpicas, com sete edições no currículo, Formiga elogiou a postura das jogadoras mais jovens após a goleada contra a China.
“As meninas, de uma certa forma, já têm sua experiência. Elas sabem que demos só o primeiro passo, subimos apenas o primeiro degrau e temos muitas pedreiras pela frente, como a potência da Holanda já no próximo jogo. Sabemos que não será nada fácil, então o que passou, passou, já está lá atrás. Agora, é foco total na Holanda. Que a gente possa fazer um excelente jogo e conseguir a segunda vitória para dar mais confiança ao grupo na busca pela medalha de ouro”, torceu, ponderando que as lições permanecem na memória.
“É com treino, vídeos e conversa entre os setores que vamos consertar os espaços que acabamos dando contra a China. Acho super importante a gente ter esse feedback da comissão técnica e a consciência de que precisamos melhorar em algumas coisas, eliminar esse tipo de situação no jogo porque, numa falha dessa podemos nos prejudicar”, alertou.
A experiência de quem está na sétima participação em Olimpíadas conta muito dentro e fora dos gramados. Formiga se vê mais preparada do que nunca para liderar a equipe e auxiliar a tomar os melhores rumos.
“Quero levar para o Brasil a medalha de ouro. Nesse momento, me vejo mais madura, um pouco mais paciente em algumas situações para ajudar o grupo a tomar as decisões corretas dentro de campo. Por ser minha última, e ter vivido tantas, acho que consigo ajudar a equipe nesse aspecto para que a gente possa avançar fase a fase”, disse ela, que já tem planos para os próximos passos na carreira.
“A primeira coisa que penso, que acho que as pessoas devem pensar, é: tenho 43 anos, já na sétima Olimpíada, no nível que estou talvez as pessoas achem que isso é anormal, ter a capacidade de atingir esse nível com a minha idade, numa competição tão forte. Meu desejo após parar de jogar é fazer cursos, me tornar treinadora e caso sobre um espaço, vou para o lado da gestão esportiva também. O que não posso, com certeza, é ficar longe do futebol”, garantiu.
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