João Paulo Camargo – APAC de Pato Branco
Eu sou João Paulo Camargo da Silva, nasci na cidade de São João, mas morei um tempo em Pato Branco, até os meus cinco anos para ser mais preciso. Após essa idade, mudei-me para a casa de minha avó, lá fiquei até os meus dezessete.
Passei grande parte da minha vida longe dos meus pais, isso porque eles haviam se separado ainda quando eu era criança. Apesar de não ter meus pais por perto, eu fui muito amado e bem cuidado pela minha avó. Com o passar do tempo, comecei a me envolver com coisas erradas, usava drogas, faltava aulas, perdi o interesse pelas coisas boas da vida, e nessa atmosfera de fuga da realidade e desejo por correr pelo errado, fui me afastando de minha família.
Após alguns anos, retornei para a casa de meu pai. Ele passou a me ajudar, levando-me para seu trabalho, o qual pintava casas e prédios. Passei a ter interesse por aquilo, queria aprender sobre pintura, nessa época também voltei a estudar. No início tudo estava fluindo bem, minhas notas eram boas, eu era um bom aluno. O erro retornou quando comecei a namorar. Caro leitor, não me entenda mal, minha namorada não foi o erro, eu que me acomodei no relacionamento, larguei os estudos e, hoje, certamente o arrependimento vem. Terminei com ela e, após um tempo, conheci a mulher que estou até hoje.
Nós nos casamos, fomos morar juntos, porém eu ainda era usuário de drogas. Com isso, ela acabou se afundando na droga também. Costumo dizer que as desgraças da minha vida vieram a partir de um episódio em que um amigo nosso propôs ir morar conosco em troca de drogas. O problema é que ele era traficante e, nós, usuários. Sem ter o que responder, nós aceitamos, e assim aconteceu. Após um tempo, a família de minha esposa notou que estávamos diferentes e pediu para que nós nos posicionássemos e déssemos fim aquela situação. Até fizemos isso, porém, no dia em que nosso amigo ia sair de casa, fomos pegos pela polícia.
Esse momento foi onde eu me coloquei no meu lugar como ser humano falho. Foi ali que eu e minha esposa percebemos o erro que havíamos cometido. Fiquei preso na comarca por um ano e quinze dias em Francisco Beltrão. Após isso, Deus me presenteou com a APAC, e foi aqui que conheci a história do mártir Franz de Castro, o verdadeiro servo de Deus, o qual deu sua própria vida pelos recuperados, por mim, pelos meus colegas.
Na APAC a gente é tratado como pessoas e não como bicho, como é no sistema comum. Eu só tenho que agradecer a Deus pela oportunidade que ele me deu e que a APAC também me concedeu.
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