Padre Judinei Vanzeto
As aulas estão voltando e de modo presencial e trago presente a iniciativa da Igreja Católica no tocante a educação. A Igreja, desde 1961, durante o período da Quaresma, reflete sobre um tema contundente e necessário para a sociedade brasileira. Neste ano irá refletir sobre “Fraternidade e Educação”, com o lema: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). Tendo por objetivo geral: a “promoção do diálogo a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário”.
Com a pandemia da Covid-19, a educação brasileira foi demasiadamente fragilizada e suas consequências na vida de educandos e educadores ainda estão por vir. O professorado precisa ser reconhecido e mais valorizado.
Por isso, a proposta da CF traz um eixo transversal que perpassa pela integralidade humana, num olhar de cuidado, de esperança e fraternidade.
A educação no Brasil, necessariamente, precisa abraçar um conjunto de experiências de vida e processos de aprendizagem com o objetivo de atender as crianças, os jovens e cada pessoa em sua singularidade. A educação não pode se esgotar numa sala de aula. A educação deve garantir o direito primário da família de educar em consonância com a comunidade escolar.
São João Paulo II em 1998 afirmava que se precisa de “uma educação que promova, de um lado, o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral, espiritual e religiosa; e por outro, a formação integral para a solidariedade e a cidadania, que combata a chaga do analfabetismo e seja promotora da paz e do bem-estar social”.
Portanto, o olhar e cuidar dos docentes, é sem sombra de dúvida, uma forma de exercer a caridade, servindo, ao mesmo tempo, de instrumento para que o indivíduo seja agente da sua própria formação. E é exatamente isso que o Brasil precisa, ou seja, investir em projeto de educação que promova cada vez mais o ser humano na sua singularidade, visando a sua formação humana integral com foco na aprendizagem significativa. E o exemplo e modelo proposto pela Igreja é o próprio Senhor Jesus, que ensinava com amor e sabedoria.
Enfim, que a educação neste país venha a ser uma prioridade em prol do seu futuro.
Padre e jornalista
