Mesmo hoje em dia sendo criticada por alguns pontos em seu roteiro que não são mais bem-vistos, Friends tem suas qualidades e, se conquistou uma legião de fãs, certamente alguma coisa positiva e interessante tem aí, seja no texto, que une humor e agilidade em suas falas ou na atuação dos atores, que assumiram com empenho seus personagens, o que acabou os tornando reconhecidos pelos mesmos. Talvez por esse detalhe demonstram constantemente em entrevistas o fardo que é estar tão ligado a um personagem. Um peso, por vezes, mas que tem suas recompensas. No caso, o vultoso montante que ganharam com a série. Pelo que se sabe, quando a série começou, cada ator recebia pouco mais que US$ 22 mil por temporada, valor que saltou para um milhão na última.
E os números acompanharam as crescentes conquistas de público e crítica. Para se ter uma ideia, e por motivo de curiosidade, em 2014, a Netflix apostou suas fichas no seriado, a ponto de investir US$ 118 milhões para ter o direito de manter Friends em seu catálogo. Não suficiente, para manter a série por mais tempo, então, em 2018, foram mais US$ 100 milhões. Mas essa mina de ouro não ficaria com a gigante do streaming por mais tempo – a partir da entrada no mercado da HBO Max, plataforma da WarnerMedia, Friends passou para outra casa, a qual deve chegar por aqui apenas em junho. Nos Estados Unidos, começou a operar no ano passado e vai exibir, no dia 27 de maio, o aguardado especial Friends: The Reunion, que conseguiu a sonhada reunião dos atores da série original.
Ao todo, Friends conta com 10 temporadas, que somam 236 episódios. Mas não foi somente o público que se apaixonou pela produção, o que fica claro com o número de prêmios recebidos ao longo da trajetória. Foram seis estatuetas do Emmy, uma do Globo de Ouro, SAG Awards, entre outros.
O público brasileiro conheceu a série em 4 de fevereiro de 1996, quando estreou aqui o primeiro episódio. Chegou a ser exibida em canais abertos, o que facilitou a conquista dos fãs brasileiros, na época. A história dos seis amigos, que não se separam e compartilham suas vidas entre si, começa com Rachel (Aniston) fugindo de seu casamento e indo para Nova York para receber o apoio da amiga Monica Geller (Cox), com quem passará a dividir o apartamento. E não poderia encontrá-la em outro lugar a não ser no que viria a se transformar no ponto central da trama, o Central Perk. A partir daí, Rachel passará a integrar o grupo, que passa a ter os seis personagens. Mas será ainda nesse primeiro episódio que veremos Ross (Schwimmer), que é irmão de Monica, se separando de sua mulher, que espera um filho dele, mas que assumiu sua homossexualidade e decidiu acabar com o casamento. Ele está arrasado, mas vê uma luz ao reencontrar sua paixão de juventude, Rachel.
As várias histórias vividas pelo sexteto também contaram com inúmeras participações especiais, que chegou a um total de 149. Entre os nomes que surgiram em cena, estão Brad Pitt, que nessa época namorava Jennifer Aniston e surgiu na série um amigo de Ross que não gostava de Rachel na época do colégio; Julia Roberts entrou em cena para se vingar de Chandler, que a rejeitou na época da escola – Julia viria a ter um relacionamento com o ator Matthew Perry; Sean Penn, que foi namorado da Úrsula, irmã gêmea da Phoebe; Jane Lynch, impagável com sua voz esganiçada interpretou a corretora Sue; Robin Williams e Billy Crystal também deram uma passadinha pelos Central Perk.
Como na maioria das séries, tanto a direção quanto o roteiro ganharam a assinatura de vários nomes. Por ser uma produção longeva e com tantas histórias contadas, 18 diretores estiveram à frente das gravações, com Schwimmer, o Ross, entre eles. Desse total geral, 22 tiveram mulheres como diretoras: Gail Mancuso, Dana Piazza, Pamela Fryman, Arlene Sanford, Ellen Gittelsohn e Mary Kay Place. Na equipe responsável pelo texto, que era encabeçada pelos criadores da série Marta Kauffman e David Crane, 51 roteiristas foram responsáveis pelas aventuras dos amigos, como Adam Chase, que participou da elaboração de 31 episódios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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