As temperaturas mais baixas exigem cuidados redobrados com a saúde, principalmente a dos idosos, que são mais sensíveis e suscetíveis a doenças, principalmente aquelas que afetam as vias respiratórias.
De acordo com o médico geriatra Bruno Vial, é importante que as atividades não parem durante esse período mais frio. Isso ajuda a manter a qualidade de saúde física e emocional na terceira idade. Pensando nisso, Vial resolveu listar cinco cuidados essenciais para essa estação.
“Apesar de parecerem simples, essas dicas podem trazer um conforto maior para o público da terceira idade, além de manter a saúde e qualidade de vida. É importante sempre lembrarmos que eles são mais vulneráveis e que, por isso, precisam de cuidados especiais”, afirma o especialista. Confira suas dicas:
Atividades físicas e passeios
Sair da cama nos dias mais gelados é quase impossível para qualquer um, mas continuar realizando atividades físicas e passeios regularmente é muito importante para que o idoso não caia no sedentarismo.
Estímulos cognitivos
Entre as atividades e passeios que podem ser feitos, nem todos precisam ser para fora de casa ou para muito longe. Uma simples brincadeira entre os familiares e amigos já é suficiente para trazer ânimo nos dias cinzas e ainda ajudar no estímulo cognitivo, autoestima e socialização.
Banhos rápidos com temperaturas mais amenas
Com certeza esse é outro hábito muito difícil de se adaptar, mas no inverno todos costumamos tomar banhos muito quentes, o que deixa a pele ressecada. Nos idosos, essa característica pode ser mais delicada, já que o ressecamento pode levar a coceiras e rachaduras, gerando feridas e desconforto na pele.
Alimentação saudável
Outra característica dos dias frios é o aumento da fome, fazendo com que todos queiram comer muito mais do que o normal. Mas, cuidado, os idosos precisam de alimentos nutritivos e saudáveis para aumentar o sistema imunológico. Por isso, tenha sempre um cardápio equilibrado.
Roupas adequadas
Para se proteger do frio ao sair de casa, principalmente em ambientes abertos, é necessário o uso de roupas adequadas, como agasalhos, bonés, luvas e cachecóis. Isso previne choques térmicos e resfriados causados pela exposição aos ventos gelados e chuva.
Caminhada ao ar livre contribui para saúde mental
Os benefícios que as atividades físicas trazem ao organismo vão além da queima de gordura, fortalecimento da musculatura e melhora da circulação e pressão arterial. Um estudo realizado na década passada, por psicólogos da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, constatou que o hábito de fazer caminhadas ao ar livre pode trazer melhorias significativas à saúde mental. Os participantes do estudo realizaram tarefas que exigiam solução de problemas e pensamento criativo, e seus desempenhos mostraram uma evolução de 50% em comparação a quem não tinha esse hábito. “A caminhada ao ar livre causa uma melhor oxigenação do sangue e, consequentemente, dos tecidos neurais, ativando as funções cognitivas relacionadas à memória e criatividade”, aponta o coordenador acadêmico da UPX Sports e coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Zair Candido de Oliveira Netto.
Além disso, segundo Zair, essas caminhadas ao ar livre podem reduzir o estresse e ansiedade, por conta da liberação de diversos hormônios, entre eles, a endorfina. “Após a realização dessa atividade física, o cérebro recebe uma resposta positiva por conta do prazer que esses hormônios proporcionam, impulsionando o sistema nervoso a responder favoravelmente na realização de atividades que demandam criatividade”, ressalta o professor.
Os pesquisadores de Kansas descobriram que o barulho constante do contexto urbano, somado ao uso excessivo da tecnologia no cotidiano, são altamente prejudiciais ao foco e atenção das pessoas. Zair alerta que as atividades físicas, acrescidas a essa conexão com a natureza, têm um papel importantíssimo em reduzir o cansaço mental, favorecendo o pensamento criativo. “Toda a correria do dia a dia acaba influenciando, de forma negativa, nas nossas funções cognitivas. As atividades ao ar livre promovem novas conexões sinápticas, que podem gerar novas ideias e caminhos neurais, alavancando o que chamamos de plasticidade cerebral, causando uma estimulação ao cérebro”, destaca o especialista.