Gasto com material escolar no Brasil cresce 43,7% em quatro anos

Os gastos com material escolar no Brasil alcançou R$ 49,3 bilhões em 2024, registrando um aumento significativo de 43,7% nos últimos quatro anos. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a QuestionPro. O levantamento destaca como esse custo impacta as famílias brasileiras e traz previsões importantes para o ano letivo de 2025.

A pesquisa revelou que o gasto com materiais escolares afeta o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar. Entre os entrevistados, 38% afirmaram que esse impacto é “muito significativo”, enquanto 47% relataram “algum impacto”. Apenas 15% declararam que as despesas não influenciam seu orçamento.

João Paulo Cunha, diretor de Pesquisa do Instituto Locomotiva, destaca que esse ônus recai tanto sobre famílias de estudantes de escolas públicas quanto privadas. “Mesmo em escolas públicas, onde parte do material é fornecida, os pais frequentemente precisam complementar com itens adicionais, ampliando o peso financeiro”, explica Cunha.

O levantamento aponta que 90% dos pais de alunos em escolas públicas e 96% de escolas privadas planejam comprar materiais escolares para 2025. Os itens mais solicitados incluem:

  • Materiais escolares gerais: 87%;
  • Uniformes: 72%;
  • Livros didáticos: 71%.

Os dados mostram que os gastos estão concentrados principalmente entre as classes B e C, responsáveis por 76% do total nacional:

  • Classe B: R$ 20,3 bilhões;
  • Classe C: R$ 17,3 bilhões.

Regionalmente, o Sudeste lidera com 46% dos gastos, seguido pelo Nordeste (28%). A região Norte registra o menor percentual, com 5%.

Entre as famílias entrevistadas, 35% afirmaram que recorrerão ao parcelamento para pagar os materiais escolares em 2025, com destaque para a classe C, onde esse percentual sobe para 39%. Apesar disso, a maioria, 65%, pretende pagar à vista, especialmente entre as classes A e B (71%).

Fatores que Elevam os Preços dos Materiais Escolares

De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento dos custos está relacionado a diversos fatores:

  • Inflação anual;
  • Elevação nos custos de produção;
  • Altos preços do frete marítimo e do dólar, impactando itens importados como mochilas e estojos.

Sidnei Bergamaschi, presidente executivo da ABFIAE, reforça que muitos produtos escolares possuem altos tributos, chegando a 50% do valor final. “A redução de impostos seria essencial para aliviar os custos para as famílias”, argumenta.

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Iniciativas para Reduzir os Custos

Programas públicos como o “Programa Material Escolar”, já implementado no Distrito Federal e em cidades como São Paulo, oferecem uma solução viável. Esses programas disponibilizam créditos para estudantes de escolas públicas adquirirem materiais escolares, ampliando o acesso e flexibilizando as escolhas das famílias.

Bergamaschi defende ainda a inclusão dos materiais escolares em categorias tributárias reduzidas. Segundo ele, esse tipo de política é fundamental para minimizar o impacto financeiro das compras de volta às aulas.

Perspectivas para 2025

Com previsão de aumento entre 5% e 9% nos custos dos materiais escolares em 2025, é essencial que as famílias planejem seu orçamento e busquem alternativas para economizar.

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