Os governadores Ratinho Junior (PR), Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO), apontados como principais nomes da direita com intenção de disputar a Presidência em 2026, subiram o tom contra o governo federal neste sábado (26), durante evento XP Expert em São Paulo. O motivo das críticas foi a condução do Palácio do Planalto frente ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Durante o encontro, voltado às lideranças do setor financeiro, os três governadores também reafirmaram um compromisso de união no segundo turno das eleições presidenciais de 2026 para enfrentar o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Se engana quem pensa que vai haver um grande racha na direita. Não vai, porque essa turma vai estar unida e vai, lá na frente, promover as mudanças que o Brasil merece”, afirmou Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, um dos estados mais impactados pelas tarifas norte-americanas. Ele criticou a postura do governo federal: “Infelizmente, hoje a gente vive um momento em que se busca tirar proveito político de tudo, se busca dividir o país.”
Ratinho Junior adotou um tom ainda mais crítico, acusando o governo de aparelhar ideologicamente o Itamaraty e de não apresentar planejamento para questões estratégicas. “É um governo que, sobre uma questão tão importante como essa do tarifaço do Trump, muitas vezes se vitimiza demais. O Trump fez isso com a China, Japão, Índia, México, Canadá… e o que os outros países fizeram? Mandaram seus chanceleres para negociar. Aqui a gente faz vídeo na internet pra brincar com o assunto”, disparou.
Já Ronaldo Caiado foi direto ao acusar Lula de não querer resolver a crise. “Na verdade, o Lula não quer resolver o problema do tarifaço. Vamos ser realistas: todos nós aqui sabemos o que ele está tentando construir ou provocar”, disse, ressaltando que o Itamaraty se tornou “instrumento ideológico” e perdeu a força diplomática que já teve.
O governador goiano ainda questionou: “Quem é Lula para falar em soberania? É alguém que sempre dividiu o país.”
Afagos a Bolsonaro e promessa de união
Apesar das críticas ao governo, os presidenciáveis fizeram questão de acenar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Caiado, que já confirmou intenção de disputar a Presidência, defendeu que cada partido lance seu candidato no primeiro turno para fortalecer o campo conservador, garantindo a união no segundo. “Se somos três, eles não têm como atingir todos de uma vez. E vamos chegar no segundo turno com força total”, afirmou.
O governador goiano também elogiou Bolsonaro: “A única liderança no Brasil que deu conta de mobilizar e levar a população aos movimentos populares é Bolsonaro.”
Tarcísio reforçou a importância do ex-presidente no processo. “Se engana quem pensa que uma liderança como Jair Bolsonaro vai ficar de fora desse processo, seja na condição que for”, declarou. Ratinho Junior completou: “Aquele que tiver condição de chegar ao segundo turno vai juntar todo esse time para apresentar um novo projeto para o Brasil.”
Segurança pública em destaque
Além do tarifaço, a segurança pública foi outro tema central do debate. Caiado relembrou o cenário crítico em Goiás antes de sua gestão e defendeu políticas rigorosas contra o crime. “No primeiro dia, eu disse: ou o bandido muda de profissão ou muda do estado de Goiás”, disse, destacando medidas para endurecer regras no sistema prisional.
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Ratinho Junior defendeu uma emenda constitucional que permita aos estados legislar sobre questões penais, nos moldes dos Estados Unidos. Já Tarcísio reforçou que São Paulo não dará espaço para organizações criminosas: “O crime vai padecer na nossa mão. São Paulo não vai ter espaço para o crime.”
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