Como objetivo principal, as negociações, com mediação da Noruega, buscam a suspensão das sanções econômicas contra a Venezuela e a garantia de eleições livres no país.
O diálogo acontece visando as eleições de governadores e prefeitos em novembro, nas quais participarão os principais partidos políticos da oposição, o que rompe um boicote eleitoral de três anos.
“As partes concordaram em estabelecer mecanismos de recuperação e obtenção de recursos para atender às necessidades da pandemia de covid-19, incluindo aqueles procedentes de organismos multilaterais”, afirma um comunicado conjunto publicado ao final do encontro de segunda-feira.
Os mecanismos incluem recorrer a recursos de ativos como os que concede o Fundo Monetário Internacional, por meio dos Direitos Especiais de Giro (DEG) para proporcionar liquidez a seus países membros, afirmou Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (Parlamento do país) e homem de confiança do presidente Nicolás Maduro.
As partes também concordaram com um novo encontro na Cidade do México de 24 a 27 de setembro. “Estaremos aqui no México, com os outros pontos que estão estabelecidos no comunicado”, disse Rodríguez.
O documento acrescenta que cada parte concorda em designar três representantes para formar uma Mesa Nacional de Atenção Social para abordar áreas de saúde e alimentação.
O outro ponto é a luta unificada para ratificar a soberania sobre o território de Guiana Essequiba que, segundo o governo, a fronteira leste da Venezuela é a linha divisória do Rio Essequibo”. A Região de Essequibo, uma área de 159,5 mil km² rica em recursos naturais e minerais é disputada por Venezuela e Guiana há muitos anos.
O presidente Nicolás Maduro celebrou o resultado da reunião. “(Estou) feliz (…) estou de acordo, conseguimos no México, voltamos a conseguir no México. Conseguir o quê? Fazer a oposição extremista sentar, falar dos temas importantes da economia, da sociedade, dos temas do país”, afirmou em um vídeo divulgado em sua conta do Twitter.
“Apesar do confronto de ideias que tivemos, como acontece em qualquer democracia, além de ter sido uma expressão firme do que cada um pensava, conseguimos fazer em um clima de empatia, incluindo em um clima de cordialidade, e conseguimos trabalhar juntos”, declarou Rodríguez.
“É importante ter alcançado um espaço que esperamos que seja despolitizado para acordar todas estas medidas em matéria humanitária e, adicionalmente, que seja árduo, que não seja utilizado como bandeira política”, disse, por sua vez, líder dos negociadores da oposição, Gerardo Blyde.
Blyde disse que evidentemente se busca acesso aos recursos para questões humanitárias e que as duas partes farão tudo o que estiver em suas mãos para conseguir isso.
Um dos temas da próxima rodada de reuniões será o sistema de Justiça na Venezuela, revelou Blyde. “É um tema profundo, complexo, mas pelo qual devemos começar a reinstitucionalização democrática do país”, disse. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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