Governo do RS quer privatização da área de transmissão da CEEE até junho

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ATENÇÃO, SENHORES EDITORES: MATÉRIA COM EMBARGO. PUBLICAÇÃO LIBERADA A PARTIR DE DOMINGO, DIA 25 DE ABRIL DE 2021.
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Após vender sua estatal de distribuição de energia para o Grupo Equatorial no final de março, o governo do Rio Grande do Sul pretende divulgar o edital do leilão da CEEE-T, da área de transmissão, até meados de maio, visando concluir a privatização da estatal até o mês de junho. A informação foi dada pelo presidente da companhia, Marco Soligo, durante road show de apresentação dos principais pontos da venda do ativo na terça-feira, 20. No momento, a privatização da estatal passa por análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o passo anterior à divulgação do edital, e a contratação da B3 para realizar o leilão está endereçada. O governo gaúcho pretende vender a totalidade de sua participação, que é de 66,06% da empresa.
O valor mínimo para lance no certame está estimado em aproximadamente R$ 1,7 bilhão, por uma companhia que tem 69 subestações próprias, 5.918 quilômetros (Kms) de linha de transmissão e 182 transformadores. Além disso, na área de telecomunicações a empresa tem 24 unidades repetidoras e 1,7 mil Kms de fibra ótica, conectadas em cada estação, além de roteadores e um centro de monitoramento do sistema ligado à sede administrativa.
A base de ativos da empresa é composta basicamente por quatro contratos de concessão de transmissão, sendo um com valor estimado em R$ 2,5 bilhões, que envolve linhas de transmissão e subestações, outro que é referente à linha Presidente Médici-Pelotas, e que tem valor aproximado de R$ 45 milhões, e outro referente à controlada Transmissora de Energia Sul Brasil (TESB), com valor de R$ 352 milhões. O quarto contrato é referente à concessão do lote nº6 do leilão 01/2020.
“Esta é a melhor das três companhias em termos de organização e entrega de resultados na parte técnica, de engenharia e operacional, mas por ser uma empresa pública precisa investir muito e acelerar. Quem comprar essa companhia terá um ativo maravilhoso, é tudo de bom”, ressaltou o executivo ao final da apresentação.
Na avaliação da empresa, foram consideradas como premissas um valor total de R$ 3,994 bilhões, e um passivo de empréstimos de R$ 739 bilhões, além de R$ 1,257 bilhão em custos previdenciários. Descontando também os valores positivos de R$ 419 milhões em Equity de investimentos e R$ 241 milhões em ex-autárquicos que ficarão com o Estado, o valor médio de avaliação fica próximo a R$ 2,5 bilhões por 100% da companhia.
“E quando a gente olha para a base de 66% que está sendo colocada pelo Estado do Rio Grande do Sul dá aquele valor próximo de R$ 1,7 bilhão que foi levado para a audiência pública”, disse Ricardo Justo, do Banco Genial, um dos contratados para fazer a venda da empresa.
Disputa
Em meio à discussão sobre a privatização da empresa, os sindicatos de trabalhadores têm se mobilizado para levar a questão novamente à justiça, para tentar travar ou dificultar a venda da companhia.
Um dos opositores à venda da estatal mais ativos, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) questiona a iniciativa do governo estadual, e disse que tem articulado medidas que podem ser tomadas contra a privatização da CEEE-GT. “Pelas nossas contas ela vale mais de R$ 4 bilhões, e eles querem vender por pouco mais de R$ 1,7 bilhão? Vamos ao STF (Supremo Tribunal Federal), órgãos de controle e à Justiça”, disse ele.
Mattos é autor de uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a direção da CEEE, por supostas omissões de informações em fatos relevantes durante o processo de privatização da área de distribuição da companhia. A denúncia foi aceita pelo órgão e será investigada.

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